MST recebeu da Caixa e do BNDES R$ 550 mil
para realizar evento
24 de fevereiro de 2014
A Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) fecharam contratos sem licitação de R$ 200 mil e R$
350 mil, respectivamente, com entidade ligada ao Movimento dos Sem Terra para
evento realizado no 6.º Congresso Nacional do MST.
O evento, há duas semanas,
terminou em conflito com a Polícia Militar na Praça dos Três Poderes que deixou
32 feridos, sendo 30 policiais. Houve, ainda, uma tentativa de invasão do
Supremo Tribunal Federal.
A
Associação Brasil Popular (Abrapo) recebeu os recursos para a Mostra Nacional
de Cultura Camponesa, atividade que serviu de centro de gravidade para os
integrantes do congresso do MST.
As entidades têm relação próxima, tanto que a
conta corrente da Abrapo no Banco do Brasil aparece no site do MST como destino
de depósito para quem deseja assinar publicações do movimento social, como o
jornal Sem Terra.
O contrato
de patrocínio da Caixa, no valor de R$ 200 mil, está publicado no Diário
Oficial da União de 3 de fevereiro de 2014. Foi firmado pela Gerência de
Marketing de Brasília por meio de contratação direta, sem licitação.
A
oficialização do acordo do BNDES com a mesma entidade foi publicada três dias
depois. O montante é de até R$ 350 mil. A contratação também ocorreu sem
exigência de licitação e foi assinada pela chefia de gabinete da presidência do
banco de fomento.
A Mostra
Nacional de Cultura Camponesa, objeto dos patrocínios, ocorreu na área externa
do ginásio Nilson Nelson, em Brasília. O congresso teve suas plenárias na área
interna.
Os dois eventos tiveram divulgação conjunta e o objetivo da mostra era
mostrar os diferentes produtos cultivados pelos trabalhadores rurais em
assentamentos dentro de um discurso do MST da valorização da reforma agrária.
Marcha. O congresso foi realizado de 10 a 14 de fevereiro e reuniu 15 mil
pessoas. No dia 12, uma marcha organizada pelo movimento saiu do ginásio e
percorreu cerca de cinco quilômetros até a Esplanada dos Ministérios.
O
objetivo declarado era a entrega de uma carta ao secretário-geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, com compromissos não cumpridos pela presidente
Dilma Rousseff na área da reforma agrária.
No
decorrer da passeata, o grupo de sem-terra integrou-se a petistas acampados em
frente ao STF desde as prisões do mensalão, ameaçando invadir a Corte. Na
presidência dos trabalhos, o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a sessão
que ocorria no momento.
Um cordão
de isolamento feito por policiais e seguranças da Corte impediu os
manifestantes de avançar em direção ao Supremo. Eles então se dirigiram ao
outro lado da Praça dos Três Poderes, rumo ao Palácio do Planalto. Quando os
sem-terra romperam as grades colocadas na Praça o conflito começou.
Manifestantes
atiravam cruzes que faziam parte da marcha, pedras e rojões contra a polícia,
que usou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os
militantes. Ao todo, 30 policiais e dois manifestantes ficaram feridos.
No dia
seguinte ao conflito, a presidente Dilma Rousseff recebeu líderes do movimento
para debater a pauta de reivindicações, atitude que sofreu críticas de
parlamentares da oposição e ligados ao agronegócio.
FONTE: OESP
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