Petrobras também ajudou a bancar o MST
com R$ 650.000
Assim como a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Petrobras ajudou a bancar evento
realizado durante o 6.º Congresso Nacional do Movimento dos Sem Terra (MST),
realizado há duas semanas em Brasília.
O congresso dos
sem-terra terminou em confronto com a Polícia Militar na Praça dos Três
Poderes - no quebra-quebra, 32 pessoas ficaram feridas, sendo trinta
policiais. Segundo reportagem publicada na edição desta quarta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, a Petrobras fechou contrato de
patrocínio, sem licitação, com uma entidade ligada ao MST no valor de 650.000
reais.
O congresso foi realizado entre os dias 10 e 14 de fevereiro e reuniu
15.000 pessoas. No dia 12, uma marcha organizada pelo movimento saiu do ginásio
e percorreu cerca de cinco quilômetros até a Esplanada dos Ministérios. O
objetivo declarado era a entrega de uma carta ao secretário-geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, com compromissos não cumpridos pela presidente
Dilma Rousseff na área da reforma agrária. No dia seguinte ao conflito, a
presidente recebeu líderes do movimento para debater a pauta de reivindicações.
A Caixa Econômica Federal e o BNDES colaboraram com um total de 550.000 reais para o
evento, por meio de patrocínios para a Associação Brasil Popular
(Abrapo).
A Abrapo recebeu os patrocínios para a Mostra Nacional de Cultura Camponesa, atividade que serviu como ponto de encontro para os integrantes do congresso do MST. Ao todo, foi gasto cerca de 1,6 milhão de reais em recursos públicos e de empresas com economia mista.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
desembolsou 448.000 reais para a montagem da estrutura da Feira Nacional da
Reforma Agrária, outra atividade ligada ao Congresso. A Abrapo e o MST têm
relação próxima. A conta corrente da associação no Banco do Brasil aparece no
site do movimento como destino de depósito para quem deseja assinar publicações
como o jornal Sem Terra.
A Petrobras diz que os 650.000 reais foram destinados porque a Mostra
"alinha-se ao programa Petrobras Socioambiental na linha dedicada à
produção inclusiva e sustentável".
Além do patrocínio para o evento, a estatal informou ainda que planeja bancar outra iniciativa da Abrapo, "para a produção e lançamento de CD, DVD e caderno de canções infantis no meio rural, como estímulo à preservação e difusão da cultura tradicional e popular brasileira". Este contrato tem valor de 199.000 reais.
Ressarcimento
- A Frente Parlamentar da Agropecuária pediu ao Ministério Público
que investigue os patrocínios e peça ressarcimento aos cofres públicos em caso
de irregularidade. A bancada ruralista quer também aprovar um requerimento para
convocar o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para depor na
Comissão de Agricultura da Câmara.
A Caixa, que patrocinou a Mostra com 200.000 reais, e o BNDES, que
destinou 350.000 reais, alegam que havia motivos comerciais para o patrocínio.
Os contratos foram assinados sem licitação. O Incra afirma não ter repassado
recursos à Abrapo, sendo responsável apenas pela montagem da estrutura física
do evento e pela infraestrutura de transporte de mercadorias dos produtores
selecionados.
O MST, como já mostrou VEJA em diversas reportagens, é comandado por
agitadores profissionais que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, se
valem de uma multidão de desvalidos como massa de manobra para atingir seus
objetivos financeiros.
Sua arma é o terror contra fazendeiros e também contra os
próprios assentados que se recusam a cumprir as ordens dos chefões do movimento
e a participar de saques e atos de vandalismo. Com os anos, o movimento passou
por um processo de mutação.
Foi-se o tempo em que seus militantes tentavam
dissimular as ações criminosas do grupo invocando a causa da reforma agrária.
Há muito isso não acontece mais. Como uma praga, o MST ataca, destrói, saqueia
– e seus alvos, agora, não são mais apenas os chamados latifúndios
improdutivos.
Fonte: Veja
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