O que a ecologia não diz
Gregorio Vivanco Lopes
Ecologia é a palavra de ordem da moda. Tudo
tem que se dobrar ante as exigências ecológicas: a agricultura, as construções,
as barragens, as fábricas, o lazer, o próprio homem. A natureza é intocável.
Se o leitor se der ao trabalho de
analisar o fundo do pensamento ecológico contemporâneo, no que ele tem de mais
central, verá que ele repudia a ideia de uma natureza criada por Deus e que
reflete as perfeições do Criador. É o culto do meio ambiente pelo meio
ambiente, da natureza pela natureza.
Deixando à margem o que essa
concepção tem de ateia, panteísta e gnóstica, fixemos apenas um ponto: com que
olhos um católico deve ver a natureza? Qual é a verdadeira e mais elevada
ecologia?
De um lado, é claro, ela contém
tudo de que o homem precisa para manter-se. Dela tira ele o sustento para a
vida, os medicamentos para as doenças, os abrigos nas intempéries, além de
infindáveis outros elementos de apoio. Mas sobretudo o meio ambiente é o
habitat criado por Deus para o homem nele crescer e formar sua alma, de modo a
estar apta, no fim da caminhada desta vida, para o encontro com o Criador.
Essa finalidade mais alta do ser
humano, a natureza nos ajuda a atingi-la de dois modos: a) admirando aquilo que
ela tem de belo, reflexo do Supremo Artista que a modelou; b) tendo horror aos
aspectos hediondos com que o pecado original marcou certos aspectos dela. De
fato, Deus disse ao homem: “Porque comeste do fruto da árvore que eu te havia
proibido comer, maldita seja a terra por tua causa” (Gen. 3,17).
* * *
A foto ao lado, representando uma
paisagem de outono no hemisfério norte, é um exemplo característico de beleza a
ser admirada, e que eleva a alma. O colorido exuberante da vegetação espelha-se
nas águas, formando um quadro impressionista de rara beleza. O casal de cisnes
parece, mais do que nas águas, banhar-se naquela feeria de cores que sua alvura
completa e contrasta. A cena, na sua simplicidade, é paradisíaca. Admirá-la, e
encantar-se com ela, prepara a alma para o Paraíso.
Na foto à esquerda, pelo
contrário, a natureza nos apresenta um símbolo do mal e do pecado existentes
nesta Terra: uma sucuri estufada após ter engolido um animal de grande porte.
Dir-se-ia uma imagem do demônio, digna de ilustrar o inferno de Dante.
Estes aspectos pelos quais a
natureza se nos apresenta como símbolo, ora do Céu, ora do Inferno, a corrente
ecológica atual os ignora, voltada que está apenas para o endeusamento de
minerais, plantas e animais, quando não é utilizada como instrumento para patrocinar
o miserabilismo comunista...
(*) Gregorio Vivanco Lopes é
advogado e colaborador da ABIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário