sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Ecologia: belo X hediondo...


O que a ecologia não diz

Gregorio Vivanco Lopes


Ecologia é a palavra de ordem da moda. Tudo tem que se dobrar ante as exigências ecológicas: a agricultura, as construções, as barragens, as fábricas, o lazer, o próprio homem. A natureza é intocável.

Se o leitor se der ao trabalho de analisar o fundo do pensamento ecológico contemporâneo, no que ele tem de mais central, verá que ele repudia a ideia de uma natureza criada por Deus e que reflete as perfeições do Criador. É o culto do meio ambiente pelo meio ambiente, da natureza pela natureza.

Deixando à margem o que essa concepção tem de ateia, panteísta e gnóstica, fixemos apenas um ponto: com que olhos um católico deve ver a natureza? Qual é a verdadeira e mais elevada ecologia?

De um lado, é claro, ela contém tudo de que o homem precisa para manter-se. Dela tira ele o sustento para a vida, os medicamentos para as doenças, os abrigos nas intempéries, além de infindáveis outros elementos de apoio. Mas sobretudo o meio ambiente é o habitat criado por Deus para o homem nele crescer e formar sua alma, de modo a estar apta, no fim da caminhada desta vida, para o encontro com o Criador.

Essa finalidade mais alta do ser humano, a natureza nos ajuda a atingi-la de dois modos: a) admirando aquilo que ela tem de belo, reflexo do Supremo Artista que a modelou; b) tendo horror aos aspectos hediondos com que o pecado original marcou certos aspectos dela. De fato, Deus disse ao homem: “Porque comeste do fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa” (Gen. 3,17).

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A foto ao lado, representando uma paisagem de outono no hemisfério norte, é um exemplo característico de beleza a ser admirada, e que eleva a alma. O colorido exuberante da vegetação espelha-se nas águas, formando um quadro impressionista de rara beleza. O casal de cisnes parece, mais do que nas águas, banhar-se naquela feeria de cores que sua alvura completa e contrasta. A cena, na sua simplicidade, é paradisíaca. Admirá-la, e encantar-se com ela, prepara a alma para o Paraíso.


Na foto à esquerda, pelo contrário, a natureza nos apresenta um símbolo do mal e do pecado existentes nesta Terra: uma sucuri estufada após ter engolido um animal de grande porte. Dir-se-ia uma imagem do demônio, digna de ilustrar o inferno de Dante.

Estes aspectos pelos quais a natureza se nos apresenta como símbolo, ora do Céu, ora do Inferno, a corrente ecológica atual os ignora, voltada que está apenas para o endeusamento de minerais, plantas e animais, quando não é utilizada como instrumento para patrocinar o miserabilismo comunista...



(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

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