...diante do desmonte da economia
É degradante e educativo para Dilma Rousseff no que
está se transformando a escolha do seu novo ministro da Fazenda.
Arruinada a economia com os requintes da "nova
matriz desenvolvimentista", agora a presidente depende de alguém
totalmente de fora, e contrário a tudo o que ela pensa, para trazer confiança à
área econômica. Dilma necessita de um ministro que exigirá independência para
tentar consertar o que ela estragou.
O segundo mandato da presidente nem começou. Mas os
sinais subterrâneos de desmonte na economia, que se evidenciavam na campanha
eleitoral, agora se materializam no emprego. Desde 1999 não havia resultado tão
ruim em um mês de outubro, sempre marcado pelo início das encomendas de Natal.
No mês passado, 30,3 mil vagas de trabalho foram eliminadas.
Há meses, bem antes do início da feia campanha à
Presidência, os sinais de degradação em várias áreas eram evidentes. O governo
se protegeu na falácia de que o problema era externo. Dilma represou preços
administrados, arrebentou as contas externas e acabou de vez com a
credibilidade das contas públicas.
Ganhou a eleição. Agora, faz tudo o que acusara seu
adversário na campanha de querer fazer caso eleito. Mas o caso do ministro é o
mais delicioso.
Com a supervisão de Lula, a presidente considera
alguns nomes para a Fazenda: o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, o
ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa e o atual
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Por fora corre o ex-presidente
do Banco Central Henrique Meirelles.
Os banqueiros Trabuco e Meirelles (ex-presidente
mundial do BankBoston) seriam os nomes preferidos, principalmente por Lula.
Dariam finalmente a Dilma algo da credibilidade que ela dizimou durante seu
governo, baixando investimentos e confiança empresariais a níveis recordes.
PIB roçando o zero em 2014 e tudo o mais
desajustado, com o desemprego agora à espreita, vêm da falta de compreensão de
que o "mercado" (financeiro e empresarial) é quem tem o dinheiro para
nos tirar do buraco.
É um pouco assustador que precisemos urgente, e de
novo, de um salvador da pátria. E que ele não seja o mandatário recém-eleito.
Fernando Canzian FSP
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