A
Petrobrás no fundo do poço
A
segunda-feira no âmbito doméstico começa com cara de...segunda-feira. As
projeções do Relatório Focus para crescimento do PIB foram revisadas para baixo
- mediana estima evolução de 0,16% em 2014 (contra 0,18% na semana anterior) e
0,69% para 2015 (0,73% uma semana antes).
Em adição,
IBC-Br, proxy para o PIB, mostrou desempenho muito aquém do esperada para a
economia brasileira em outubro - queda de 0,26%, frente a projeções de 0,2%
Paralelamente,
os problemas da Petrobras parecem não ter fim - rating da companhia pode estar
em risco após o adiamento da publicação do balanço na sexta-feira.
Ações da
Petrobrás despencaram novamente na sexta-feira. Em paralelo, pululam novos
fatores de pressão, praticamente decretando a renovação de mínimas e a
estabilização do preço das PNs em um dígito - as ONs já perderam o patamar de
R$ 10,00.
A Companhia
frustrou mais uma vez os investidores, com novo adiamento do balanço, e teve
desdobramentos importantes do escândalo de corrupção, com o reconhecimento de
ao menos R$ 4 bi de desvio somente na obra de Abreu e Lima e indícios de que
deu cheque em branco em contrato com a fornecedora SBM, já condenada pelo
Ministério Público da Holanda.
Em adição,
matéria do Valor aponta que Petrobras tenta renegociar prazos de pagamentos com
credores. Da dívida de mais de US$ 135 bilhões, a estatal possui cerca de US$
98 bilhões amarrados a covenants que prevêm pagamento antecipado do valor
integral em caso de atraso de descumprimento de cláusulas relacionadas à
alavancagem e à apresentação dos balanços.
Sem o parecer
de auditores e aparentemente distante de uma medida minimamente precisa para o
tamanho do dreno de caixa atrelado aos esquemas internos de corrupção,
Petrobras corre, sim, risco de insolvência no caso de disparada dos covenants.
Mas, pelo
tamanho das obrigações em risco (vide a tabela do Valor abaixo), não faria
sentido os credores buscarem integralmente o pagamento antecipado, algo que
colapsaria a empresa, ampliando o risco de default com os mesmos. Por outro
lado, essa prerrogativa impõe condições mais duras à empresa na negociação dos
prazos e obviamente no custo dessa dívida.
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