O agronegócio tem
se destacado em meio ao marasmo da economia brasileira, a despeito dos muitos
obstáculos impostos pela desqualificação da mão de obra e pela carência de
infraestrutura para escoar a produção.
De acordo com números da CNA, a produtividade por
trabalhador do setor cresceu impressionantes 142% entre 2001 e 2011. No
entanto, parece claro a esta altura que a continuidade desse sucesso depende da
formulação de políticas públicas ousadas, que removam esses obstáculos sem mais
demora.
Para auxiliar o
governo nessa tarefa, a CNA criou uma forma de mensurar a competitividade do
setor em cada Estado do País. O Índice de Competitividade do Agronegócio (ICA)
agrega seis indicadores: infraestrutura, educação, saúde, ambiente
macroeconômico, inovação e mercado de trabalho.
O ranking se presta a observar as diferenças qualitativas nos Estados - e
São Paulo está muito à frente dos demais, por exemplo, em infraestrutura,
principalmente pela qualidade de suas estradas e pela movimentação do Porto de
Santos.
Um dos aspectos
mais relevantes do estudo é a constatação de que Estados com enorme produtividade
agrícola sofrem as consequências da penúria estrutural.
É o caso, por exemplo,
de Mato Grosso, que é o maior produtor de soja do País e que, no entanto,
aparece num distante 10.º lugar no ranking, com ICA de 0,425.
"Mato Grosso
ocupou o primeiro lugar na produtividade agrícola e o segundo em ambiente
macroeconômico, mas perde competitividade à medida que a produção é escoada
para fora do Estado", explicou Marcelo Ávila, coordenador da pesquisa.
Em compensação, a produtividade por
trabalhador de Mato Grosso alcançou ICA de 1, o nível mais alto, bem à frente
de São Paulo, que obteve ICA de 0,523.
Em relação à
educação, que leva em conta a aprovação e a evasão de alunos em escolas rurais,
a liderança coube a Santa Catarina, São Paulo e Paraná.
Já no quesito saúde, o
líder do ranking é o Distrito Federal - mas, de novo, os demais Estados bem
colocados são do Sul e do Sudeste.
Em todos os
indicadores analisados, os Estados do Norte e do Nordeste surgem abaixo dos
demais.
O ESTADO DE S.PAULO
16/12/14
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