terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Do que o agronegócio precisa


O agronegócio tem se destacado em meio ao marasmo da economia brasileira, a despeito dos muitos obstáculos impostos pela desqualificação da mão de obra e pela carência de infraestrutura para escoar a produção. 

De acordo com números da CNA, a produtividade por trabalhador do setor cresceu impressionantes 142% entre 2001 e 2011. No entanto, parece claro a esta altura que a continuidade desse sucesso depende da formulação de políticas públicas ousadas, que removam esses obstáculos sem mais demora.

Para auxiliar o governo nessa tarefa, a CNA criou uma forma de mensurar a competitividade do setor em cada Estado do País. O Índice de Competitividade do Agronegócio (ICA) agrega seis indicadores: infraestrutura, educação, saúde, ambiente macroeconômico, inovação e mercado de trabalho.

O ranking se presta a observar as diferenças qualitativas nos Estados - e São Paulo está muito à frente dos demais, por exemplo, em infraestrutura, principalmente pela qualidade de suas estradas e pela movimentação do Porto de Santos.

Um dos aspectos mais relevantes do estudo é a constatação de que Estados com enorme produtividade agrícola sofrem as consequências da penúria estrutural. 

É o caso, por exemplo, de Mato Grosso, que é o maior produtor de soja do País e que, no entanto, aparece num distante 10.º lugar no ranking, com ICA de 0,425. 

"Mato Grosso ocupou o primeiro lugar na produtividade agrícola e o segundo em ambiente macroeconômico, mas perde competitividade à medida que a produção é escoada para fora do Estado", explicou Marcelo Ávila, coordenador da pesquisa.

Em compensação, a produtividade por trabalhador de Mato Grosso alcançou ICA de 1, o nível mais alto, bem à frente de São Paulo, que obteve ICA de 0,523.

Em relação à educação, que leva em conta a aprovação e a evasão de alunos em escolas rurais, a liderança coube a Santa Catarina, São Paulo e Paraná. 

Já no quesito saúde, o líder do ranking é o Distrito Federal - mas, de novo, os demais Estados bem colocados são do Sul e do Sudeste.

Em todos os indicadores analisados, os Estados do Norte e do Nordeste surgem abaixo dos demais.

O ESTADO DE S.PAULO
16/12/14 

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