Senador atribui invasão a
movimento
orquestrado pelos irmãos
Gomes
Evandro Éboli e Maria Lima
Brasília — No auge da campanha
eleitoral pelo governo do Ceará, na qual o peemedebista aparecia então com
larga vantagem sobre o petista Camilo Santana (PT-CE), apoiado pelo então
governador Cid Gomes (PROS), a invasão do MST botou fogo na disputa.
Desde então, ela é tratada pelo senador
como um movimento orquestrado pelos irmãos Gomes para criar a narrativa do
empresário muito rico contra o candidato dos pobres. As imagens da invasão foram usadas na campanha de Camilo, que
acabou vitorioso.
Eunício
garante que a fazenda é 100% produtiva, com manejo de gado de corte, de leite,
produção de soja, milho, tomate e feijão dentro das mais modernas técnicas de
produção, além de abrigar uma reserva florestal e uma reserva de fauna
silvestre.
A propriedade, que leva o nome da esposa de Eunício, é um recanto do
senador. A alameda, que liga um grande portal ocre à sede da fazenda, é ladeada
pelas casas dos funcionários — caseiros, cozinheira, vaqueiros, veterinário,
gerente — e grandes viveiros de espécimes exóticos da fauna silvestre.
O senador e ruralistas da região apontam a
Santa Mônica como uma fazenda modelo, com
sistemas modernos de irrigação das plantações de soja e equipamento
automatizado para ordenha e resfriamento do leite. Segundo Eunício, são
produzidas cerca de 130 mil sacas de soja por safra e até 1.500 litros de leite
por dia.
— A
fazenda é 100% produtiva. Se querem comprar terras para reforma agrária, por
que tem que ser as do Eunício? Dizem que tem aqui três mil pessoas? Nunca! No final de semana pode chegar a umas 1000.
Mas durante a semana não passam de 500. Os funcionários estão muito assustados porque há registro de armas,
drogas e bebida no local. Já houve até um assassinato. Um dos invasores matou o
outro com um golpe de machado — diz o administrador Ricardo Lopes.
Com
fotos que mostram cercas destruídas e carcaças de gado abandonadas no pasto, Lopes
e o veterinário Bruno Ribeiro afirmam que os sem-terra, além de matar os
animais, estão roubando canos da rede
hídrica da fazenda para canalizar água de uma nascente na área de
preservação ambiental, que já estaria seca com a ação predatória.
Na quinta-feira,
funcionários faziam obras de reparo em uma das casas de vaqueiro próxima ao
assentamento que, segundo os administradores, foi saqueada pelos invasores:
levaram portas, pia, vasos de banheiro e a caixa d’água.
Fonte: O Globo
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