REYNALDO
ROCHA
Era previsível que
a manifestação deste domingo fosse menor que a de 15 de março. Era
previsível. Mas que importância tem isso? Para quem festeja números menores,
lembro dois fatos: 1) Dilma não governa mais, nem mesmo como um poste de
Lula. Joaquim Levy determina a política econômica e se esforça para que o
Brasil não seja classificado como junk nas agências de risco; 2) Michel
Temer está onde nunca imaginou que estaria. Um vice-presidente, que não é
demissível, tenta garantir a dita governabilidade que Dilma e o PT perderam e
jamais conseguirão recuperar.
Os desaparecidos
lulopetistas e seus asseclas, como o exército do Stédile e o black blocs,
continuam nos esgotos, olhando pelas frestas do bueiro a marcha de brasileiros
decentes. E Lula, mais calado que nunca, passou de espectador a peça
central das manifestações. “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão!” foi uma das
frases gritadas a plenos pulmões na nossa Praça da Liberdade, em Belo
Horizonte.
Se as manifestações
não tivessem acontecido, haveria essa rendição incondicional de Dilma ao cargo
que ainda finge ocupar? Os coxinhas estão espalhados em 400 cidades do
Brasil. São Paulo exportou coxinhas para todo o território nacional, incluídos
o Nordeste lulista e o interior do país? Está em curso algum campeonato de
manifestantes? Se sim, goleamos de novo! Afinal, em BH a última manifestação
convocada por Lula reuniu 100 pessoas. Hoje éramos no mínimo 10.000.
Em São Paulo, os
próprios organizadores afirmam que o ato da CUT reuniu 2.000
simpatizantes do governo. Vejamos quanto serão os manifestantes reunidos
na Avenida Paulista. Em 15 de março, o PT entendeu que p Brasil decente se
tornara majoritário. E que eles foram confinados na porção de 12% infestada de
meliantes. De lá para cá, o governo não encolheu. Acabou.
Hoje, o recado foi
de novo muito claro. Eles se fazem de surdos. Não vamos parar. (Neste
mesmo domingo, por sinal, o estranhíssimo Datafolha insiste em manter Dilma com
12% de aprovação! Sabemos que é menos…).
É improvável que
haja outro panelaço, porque ninguém do governo deverá convocar entrevistas
coletivas. Talvez Siba O Sábio, diga que a CIA estava ocupada no Panamá,
vigiando os perigos de uma reunião de governantes do calibre de Dilma, Nicolás
Maduro, Evo Morales, Cristina Kirchner, Raúl Castro et caterva.
Em 15 de março
acabamos com o governo Dilma. Não basta. Queremos o fim do (des) governo. Para
cada grito de “Fora Dilma” ouvi outros 10 de “Fora PT”. As ruas são
nossas. A oposição oficial que se junte à oposição real, que somos nós. Se acha
que o poder vai cair-lhe no colo, que espere sentada. E assuma as
consequências.
Nós sempre soubemos
o que queríamos. Agora aprendemos como conseguir o que queremos.
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