Filha de
agricultores, jovem ganha bolsa de estudos em centro da Nasa por inventar
tecnologia de irrigação
Thiago Copetti
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Um equipamento e um software que torna mais eficiente a irrigação e consome
menos água vão levar a jovem Mariana Vasconcelos para uma temporada de três
meses na Singularity University, centro de pesquisa ligado à Agência Espacial
dos Estados Unidos (Nasa), na Califórnia. Filha de produtores rurais de Minas Gerais, Mariana conta que sempre lhe chamou a atenção a dificuldade na gestão da água no campo.
E foi testando
sensores de alta sensibilidade utilizados na meteorologia que ela desenvolveu
um aparelho capaz de, ao cruzar dados de calor, vento, sol e umidade para
ajudar a definir a água necessária em cada etapa do cultivo, garantir uma
economia de 30% a 50% no consumo de água.
- Um dos desafios foi desenvolver algo resistente a sol, chuva, terra e agroquímicos. Testamos vários cases (caixa que embala a parte eletrônica e os sensores) e criamos um software que transmite as informações em tempo real da lavoura.
Assim, o produtor pode acessar os dados por um celular conectado à
internet – explica Mariana.
O sistema virou negócio com apoio de três sócios: Anderson Casimiro, Raphael Pizzi e Thales Nicoleti. Um dos diferencias do Agrosmart, detalha Mariana, é que o sistema alerta o produtor até mesmo para o risco de desenvolvimento de doenças ou pragas, identificando à qual delas a plantação está mais exposta. A administradora de 23 anos diz que sempre gostou de novas tecnologias e, com origem e amigos no campo, resolveu empreender para criar seu negócio e ajudá-los. O projeto do Agrosmart se consolidou após sete meses de pesquisas e testes. Foi só com os equipamentos já implantados em algumas propriedades que Mariana decidiu inscrever a tecnologia no prêmio Call to Innovation da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), que oferecia como prêmio uma bolsa de estudos no Exterior, ligada à Nasa. Com 500 inscritos, a 5ª edição do prêmio teve como foco destacar a melhor ideia para solucionar a crise da água com o uso de tecnologia. Como 70% da água doce disponível é usada para irrigação na agricultura e grande parte é desperdiçada, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a invenção de Mariana se sobressaiu e foi o primeiro projeto voltado ao agronegócio a vencer a disputa. - O aprendizado que ela terá será muito útil para pôr em prática o projeto, que busca resolver uma das piores crises hídricas do Brasil – diz Nathalie Trutmann, diretora de inovação da faculdade paulista. As primeiras vendas do sistema, já usado em fazendas experimentais, devem ser fechadas neste mês. - Acredito que vou estar mais preparada para lidar com esse tipo de tecnologia exponencial, o que vai contribuir para a melhora do produto – diz Mariana. |
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