Realidade venezuelana, prefigura do Brasil governado pelo PT?
CARACAS — Pollo? No hay. Harina para hacer arepa? No hay. Leche...
carne, desodorante, también no hay.
E por que os venezuelanos passam os dias
nas filas de supermercado se não há frango, farinha para fazer a panqueca que
eles chamam de arepa e nem mesmo leite? Para comprar o que tiver no dia,
responde Whilky Gutiérrez.
Pai de um bebê de 2 anos, com a mulher grávida de gêmeos, a vida do
administrador virou um inferno, além do racionamento de produtos básicos, por
causa das fraldas descartáveis.
Com identidade com dígito de final 3, os dias
em que ele pode fazer compras são as terças-feiras e sábados. Muitas vezes,
quando chegam os produtos que faltam em casa, ele não pode comprá-los por causa
do seu número de identidade.
Agora, estão em falta também aparelhos de barbear.
Whilky alega que por conta disso usa barba, apesar de exibir um modelo bem
desenhado no rosto.
Na última semana ele tentou descobrir, junto a um segurança de uma
farmácia, quando chegaria um carregamento de fraldas. Foi informado de que
seria no sábado. Mas ele teria que chegar na fila às 3h da madrugada.
— O Prestobarba chega na quarta-feira. Mas, nesse dia, eu não posso
comprar porque o final da minha identidade é 3. O segurança da farmácia me
disse que, nesse sábado, o governo vai acabar com o rodízio de números. Mas
acho que vai aumentar o problema das filas, porque não há produtos nas
prateleiras.
Escolher o quê?
Na última sexta-feira, como nos demais dias da semana, o estacionamento
subterrâneo do Supermercado Excelsior Gama, em vez de carros, estava lotado de
gente em filas paralelas.
O que tinha para comprar no andar de cima?
Supostamente carne. Mas o vidraceiro de 67 anos que encabeçava uma das filas
disse que se não tivesse carne, compraria o quanto pudesse do que tivesse:
açúcar, arroz, farinha de milho para a panqueca típica.
Enquanto isso, Maduro vai "comemorar" os 90 anos do ditador Castro
Sem lugar para se
sentar, Moisés Rodríguez estava se equilibrando entre um pé e outro havia seis
horas. Duas pessoas à sua frente, mesmo no início da fila, desistiram porque
não aguentaram.
— As pernas doem, mas tenho que comer —
conforma-se o vidraceiro, que refaz essa via crúcis a cada 15 dias para levar
comida para as cinco pessoas da família.
O rodízio dos números e dias da semana
vale para produtos regulados: sabão, papel higiênico, xampu, aparelho de
barbear, leite, carne, frango, fraldas e outros.
Com a crise econômica, as
empresas pararam de produzir e quase tudo é importado do Brasil e da Argentina,
principalmente. Nas prateleiras, é comum ver também produtos de uma única
marca, como óleo e produtos de limpeza.
As concessionárias de veículos,
enfileiradas uma ao lado da outra, estão com seus salões vazios e no lugar
funcionam oficinas de revisão mecânica.
Nas farmácias e supermercados, os
produtos de beleza também são uma raridade. Embaixo de fotografias de estrelas
de cinema lindíssimas e super maquiadas anunciando produtos Revlon, prateleiras
de batons, máscaras para cílios ou blush estão todas vazias
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