Governo estuda elevar taxação do agronegócio para reduzir deficit no
INSS
Pedro Ladeira -
8.jun.16/Folhapress
|
||
|
||
VALDO CRUZ
|
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
O governo Temer
estuda incluir na sua proposta de reforma da Previdência Social elevar a
taxação sobre o setor do agronegócio para reduzir o déficit do sistema de
aposentadorias no país.
A medida é defendida
pela área econômica do governo e pelas centrais sindicais. A ideia é acabar com
a isenção do agronegócio no pagamento de contribuição previdenciária sobre sua
receita obtida com exportação.
Simulações feitas por
técnicos estimam que a medida poderia gerar uma receita extra de R$ 6,5 bilhões
por ano para o caixa da Previdência.
A proposta é
criticada pelo Ministério da Agricultura e pelo setor ruralista sob o argumento
que prejudicaria as exportações do país.
Segundo a Folha apurou,
ainda não há uma decisão final do governo sobre a proposta, que pode ser
definida apenas no próximo mês.
As centrais sindicais
defendem a proposta de taxar o setor rural na tentativa de evitar que a reforma
venha a atingir trabalhadores hoje no mercado de trabalho.
O governo aceita
estudar a medida, defendida também por técnicos da área econômica, mas diz que
sua eventual adoção não elimina a necessidade de fazer uma regra de transição
para os trabalhadores hoje na ativa.
Ou seja, a equipe de
Temer segue com a disposição de que a reforma da Previdência teria que atingir
também quem está no mercado de trabalho, mas dentro de uma regra de transição
gradual.
IDADE
MÍNIMA
O governo defende
ainda que é necessário estabelecer uma idade mínima para aposentadoria, de 65
anos para homens e 60 para mulheres. Além disso, quer que gradualmente a idade
de aposentadoria seja igual para homens e para mulheres.
O presidente
interino, Michel Temer, quer enviar a proposta de reforma da Previdência ainda
neste ano ao Congresso, mas já sinalizou que vai esperar o julgamento final do
impeachment para lançar sua proposta.
Os defensores de
taxar o setor rural para ajudar a financiar o sistema argumentam que a
Previdência rural tem um déficit anual na casa de R$ 90 bilhões.
O governo quer também
fazer uma unificação das regras da Previdência rural com as da urbana.
Hoje, os
trabalhadores rurais podem se aposentar mesmo sem ter contribuído pelos prazos
exigidos na área urbana.
No ano passado,
enquanto a Previdência urbana apresentou um superávit de R$ 5,1 bilhões, a
rural registrou um déficit de R$ 91 bilhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário