A morte de Fidel Castro e suas
“carpideiras”
Paulo Roberto
Campos
A choradeira das
esquerdas nacionais e internacionais — tanto do âmbito temporal quanto
religioso — chegou ao auge e beira ao ridículo com a morte (do até há pouco) “coma-andante” Fidel Castro. Este representava para
as esquerdas uma utopia que precisava a todo custo sobreviver, apesar de ser
tão velha quanto o próprio tirano da Ilha-presídio. Mas a Providência Divina o
chamou para prestar suas contas no Supremo Tribunal de Deus.
Enquanto rolam
as lágrimas das novas “carpideiras” do século XXI — os companheiros de Fidel e
a mídia camarada dele —, o autêntico povo cubano comemora. Os cubanos celebram
a expectativa do início do esperado fim do tirânico regime comunista que
torturou de modo tão cruel, física e psicologicamente, lançando-os escravizados
na mais negra miséria moral e material.
Sobretudo os
cubanos no exílio, longe das garras do regime opressor, comemoraram
euforicamente o dia 26 de novembro; celebrações que em Cuba foram evidentemente
mais comedidas — na ilha, ai daqueles que manifestarem grande alegria.... Lá o
luto é imposto e obrigatório! “Hay
que llorar”...
Na obra
intitulada “O Livro Negro
do Comunismo — crimes, terror e repressão”(1999), muito bem
documentada e de autores insuspeitos, pois de orientação esquerdista, no
capítulo “Cuba. O
interminável totalitarismo tropical” (entre
as pp. 769 a 789), aqueles que fizerem sua leitura poderão constatar que não há
razão para lamentos e prantos. Leitura que muito recomendo, mas, a título de
exemplo, cito aqui alguns itens desse livro:
As prisões de Cabaña e de Santa Clara foram palco de execuções em massa;
depuração sumária fez 600 vítimas em apenas cinco meses; organizaram-se
tribunais de exceção criados unicamente para pronunciar condenações; simulacros
de julgamentos num ambiente de feira; cancelamento do projeto de organizar
eleições livres; suspenção da Constituição de 1940 a fim de se governar
exclusivamente por decreto; afastamento dos democratas do governo; reforma
agrária radical; regime penitenciário; tortura física e psíquica; eletrochoques
usados com fins repressivos; masmorras de reduzidas dimensões chamadas “ratoneras”
ou “jaulas de ferro”; presos
mortos por fome; humilhação dos familiares de “presos políticos”; mulheres
presas entregues ao sadismo dos guardas; prisões com excrementos, sem água e
sem luz; em 30 anos, aproximadamente 35 mil “balseros” pereceram no mar ao tentar a fuga;
desarticulação das famílias; fuzilamentos no famoso “paredón”. (Cfr. “O Livro Negro do Comunismo”, Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski,
Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, Bertrand Brasil, Rio de
Janeiro).
Há outras obras
com informações muito seguras a respeito do regime de terror implantado em Cuba
por Fidel Castro e seus camaradas, por exemplo a obra “Cuba comunista: vergonha de
nosso tempo e de nosso continente” (1997),
de autoria do cubano Sergio F. de Paz. Nela o autor denuncia que quase 500.000
de seus conterrâneos foram encarcerados ou passaram por campos de trabalho
forçado. Recomendo também outro excelente livro “Hasta cuándo las Américas
tolerarán al dictador Castro, el implacable stalinista que continua oprimiendo
al pueblo cubano, y amenazando a naciones Hermanas?”, publicado em 1990 por iniciativa de
“Cubanos Desterrados” (Miami).
Fidel
Castro — palavras inesquecíveis
Com tal
“curriculum” nas costas, acumulado por quase 50 anos de tirania comunista, não
causa surpresa a declaração de Fidel Castro ao jornalista Jean-Luc Mano, da
revista “Paris Match”, em 29-10-1994:
“Eu irei
para o inferno, e sei que o calor ali será insuportável... E lá chegando,
encontrarei Marx, Engels, Lenine. E também encontrarei você, porque os
capitalistas também vão para o inferno, sobretudo se desejam gozar a vida”.
Não se pode
desejar o Inferno para ninguém. Convém, entretanto, lembrar que Fidel sabia
perfeitamente da existência do Céu e do Inferno, pois estudou em colégio dos
Padres Jesuítas, onde aprendeu o catecismo.
Com o
desaparecimento de sua figura “carismática” e “legendária”, como a esquerda
sobreviverá após a morte do mito? Surgirá algum líder esquerdista substituto ao
qual ela possa agarrar-se para não naufragar? Conseguirá esse novo líder manter
Cuba num regime castrista sem Castro? Quem viver, verá!
(*)
Paulo Roberto Campos é jornalista e colaborador da Abim
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