Quem vai processar o delegado da PF?
Richard Jakubaszko
Processar o delegado, esta é a pergunta que não quer calar,
e que estou me fazendo desde a última sexta-feira, 17/3, quando o delegado
midiático da Polícia Federal (PF), Mauricio Moscardi Grillo, foi aos holofotes
denunciar o que considera um escândalo nacional de os frigoríficos venderam
carne podre, adulterada, vencida, misturada com papelão e coberta de ácido
ascórbico, acusado mentirosamente de ser cancerígeno.
Ora, que provas o delegado e seus mais de 900 agentes
apresentaram? Três ou quatro conversas telefônicas, das quais tiraram ilações
estapafúrdias.
Numa delas, envolveram o atual ministro da Justiça, Osmar
Serraglio, muito provavelmente o objetivo principal dessa desastrada operação
Carne Fraca, para enfraquecer o político nomeado por Temer, porque ele teria a
função, determinada pelo presidente e seus parceiros peemedebistas, de um lado,
para desconstruir a Lava Jato, da qual faz parte o delegado Moscardi Grillo.
De
outro, a intenção de desmoralizar o ministro, que já andava comentando a futura
troca do atual comandante da PF, coisa que os delegados não desejam.
A ação da PF é um crime lesa-pátria, pela leviandade, por
demorar 2 anos numa operação, classificada como a maior de todos os tempos da
PF, e que não apresenta nada conclusivo, apenas ilações e convicções, como
parece ser o modismo entre procuradores e policiais, e que judicializaram o
país.
O exemplo maior dessa patacoada é a mistura de papelão em carnes, um
absurdo de entendimento. Por que demorou 2 anos para vir a público?
Então, que se processe judicialmente esse delegado, por
abuso de poder no exercício de um cargo público. Que se afaste esse delegado
dessa operação, que não é verdadeira e nem ameaça a saúde pública, e que o
Ministério da Agricultura faça a lição de casa.
Que se processe esse delegado
pela conduta midiática, escandalosa, e por colocar em risco a balança comercial
brasileira, a imagem do país nessa área de alimentos, produção que nos concedeu
o privilégio de ficarmos de fora da crise que se abateu no planeta desde 2008, quando
o sistema financeiro americano quase implodiu o mundo.
Para os brasileiros vai ficar a imagem, por algum tempo, de
que comemos carne podre, misturada com ácido ascórbico e papelão. Não vai
adiantar muita coisa o presidente Temer ter convidado os embaixadores para uma
churrascaria, as redes sociais ridicularizam essas atitudes.
O ministro Blairo
Maggi vai ter muito trabalho para desmontar essa trapalhada da PF, as empresas
JBS, Seara, Marfrig e BRF não possuem forças para desmentir sozinhas as mentiras,
e nem a grande mídia quer saber disso, pois não vai abrir espaço para
desmentidos.
O que a mídia deseja é a grana para pagar espaços publicitários
dessas empresas, para custear as futuras operações escandalosas.
Neste exato momento em que publico este post, realiza-se a
coletiva da Abiec e da Associação de Proteínas, em São Paulo, para esclarecer
fatos do setor. Não será suficiente, os importadores europeus e chineses já
começaram a pressão, e pedem para trancar as importações de carnes brasileiras.
O Brasil vai perder.
O Brasil vai perder ainda com as ações midiáticas e
judiciais dos veganos e ambientalistas; o Brasil vai perder com as ações de
advogados americanos que vão processar na justiça americana a JBS e a BRF para
obter compensações pelas perdas dos seus clientes no mercado acionário. E lá
essas indenizações podem quebrar qualquer empresa que já esteja fragilizada.
Então, que se processe o irresponsável... É a minha opinião, como brasileiro e cidadão. Tudo isso, porque acredito
que praticar cidadania não é exercer a plena hipocrisia. Com a prática de mais
de 50 anos de jornalismo no agronegócio, tenho minhas convicções, também.
Entrevistas para gerar fatos e frases de efeito para alguns
jornalistas da mídia repercutirem não vai adiantar nada. Precisa-se de punição
exemplar dos delegados aproveitadores de plantão, que abusam de seu cargo e
função pública.
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