Lula não pode continuar, sem ser contestado, a se
oferecer como remédio para o mal que ele mesmo causou
O Estado de S. Paulo
A escassez de
lideranças políticas no Brasil é tão grave que permite que alguém como o chefão
petista Lula da Silva ainda apareça como um candidato viável à Presidência da
República, mesmo sendo ele o responsável direto, em todos os aspectos, pela
devastadora crise que o País atravessa.
A esta altura, já
deveria estar claro para todos que a passagem de Lula pelo poder, seja
pessoalmente, seja por meio de sua criatura desengonçada, Dilma Rousseff, ao
longo de penosos 13 anos, deixou um rastro de destruição econômica, política e
moral sem paralelo em nossa história.
Mesmo assim, para pasmo dos que não estão
hipnotizados pelo escancarado populismo lulopetista, o demiurgo de Garanhuns
não só se apresenta novamente como postulante ao Palácio do Planalto, como saiu
a dizer que “o PT mostrou como se faz para tirar o País da crise” e que, “se a
elite não tem condição de consertar esse País, nós temos”. Para coroar o
cinismo, Lula também disse que “hoje o PT pode inclusive ensinar a combater a
corrupção”. Só se for fazendo engenharia reversa.
Não é possível que a
sociedade civil continue inerte diante de tamanho descaramento. Lula não pode
continuar, sem ser contestado, a se oferecer como remédio para o mal que ele
mesmo causou.
Tudo o que de ruim se
passa no Brasil converge para Lula, o cérebro por trás do descomunal esquema de
corrupção que assaltou a Petrobrás, que loteou o BNDES para empresários
camaradas, que desfalcou os fundos de pensão das estatais, que despejou bilhões
em obras superfaturadas que muitas vezes nem saíram do papel e que abastardou a
política parlamentar com pagamentos em dinheiro feitos em quartos de hotel em
Brasília.
Lula também é o
cérebro por trás da adulteração da democracia ocorrida na eleição de 2014,
vencida por Dilma Rousseff à base de dinheiro desviado de estatais e de golpes
abaixo da linha da cintura na campanha, dividindo o País em “nós” e “eles”.
Lula tem de ser igualmente responsabilizado pela catastrófica administração de
Dilma, uma amadora que nos legou dois anos de recessão, a destruição do mercado
de trabalho, a redução da renda, a ruína da imagem do Brasil no exterior e a
perda de confiança dos brasileiros em geral no futuro do País.
Não bastasse essa
extensa folha corrida, Lula é também o responsável pelo tumulto que o atual
governo enfrenta, ao soltar seus mastins tanto para obstruir os trabalhos do
Congresso na base até mesmo da violência física, impedindo-o de votar medidas
importantes para o País, como para estimular confrontos com as forças de
segurança em manifestações, com o objetivo de provocar a reação policial e,
assim, transformar baderneiros em “vítimas da repressão”.
Enquanto isso, os
lulopetistas saem a vociferar por aí que o presidente Michel Temer foi
“autoritário” ao convocar as Forças Armadas para garantir a segurança de
Ministérios incendiados por essa turba. Houve até mesmo quem acusasse Temer de
pretender restabelecer a ditadura.
Para Lula, tudo é
mero cálculo político, ainda que, na sua matemática destrutiva, o País seja o
grande prejudicado. Sua estratégia nefasta envenena o debate político,
conduzindo-o para a demagogia barata, a irresponsabilidade e o açodamento. No
momento em que o País tinha de estar inteiramente dedicado à discussão adulta
de saídas para a crise, Lula empesteia o ambiente com suas lorotas caça-votos.
“O PT ensinou como faz: é só criar milhões de empregos e aumentar salários”,
discursou ele há alguns dias, em recente evento de sua campanha eleitoral fora
de hora. Em outra oportunidade, jactou-se: “Se tem uma coisa que eu sei fazer
na vida é cuidar das pessoas mais humildes, é incluir o pobre no Orçamento”.
Para ele, o governo de Michel Temer “está destruindo a vida do brasileiro”,
pois “a renda está caindo, não tem emprego e, o que é pior, o povo não tem
esperança”.
É esse homem que,
ademais de ter seis inquéritos policiais nas costas, pretende voltar a governar
o Brasil. Que Deus – ou a Justiça – nos livre de tamanha desgraça.
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