sábado, 17 de junho de 2017

França: os verdes vão para o mato (sem cachorro)


Eleições francesas: os verdes vão para o mato

Nelson Ribeiro Fragelli


As eleições presidenciais deste mês na França revelaram uma rejeição a dois engodos demagógicos: o socialista e o ecologista. O Partido Socialista Francês corre o risco de desaparecer. Perdeu mais de 260 deputados. E os verdes do Partido Ecologista não ficaram atrás nessa queda livre. Dos 459 candidatos, apenas um poderá ainda vir a ser eleito no segundo escrutínio das eleições parlamentares no dia 18 de junho. Os verdes se tingem sempre de vermelho, aliando-se aos socialistas ou aos comunistas. Desta vez a escolha de pigmentação foi má, pois os socialistas franceses obtiveram apenas 7,4% dos votos, e os comunistas 2,7%.

Já se foram os tempos em que a falácia do aquecimento global e do degelo nos polos encontrava crédulos ingênuos. Se há cinco anos o Partido Ecologista tinha 17 deputados e dois ministros nomeados pelo presidente Hollande, nas últimas eleições um desses ministros — a então presidente do Partido, Cécile Duflot, da pasta da Igualdade Territorial e da Habitação — ficou em terceiro lugar em sua circunscrição, longe do primeiro colocado, um jovem de apenas 28 anos. Antigos militantes ecologistas que deixaram o partido verde e se apresentaram como candidatos de outros grupos políticos de esquerda conseguiram eleger-se.

Os franceses sentem-se ameaçados: em sua coesão nacional, pela imigração desmesurada; em sua coesão familiar, pela educação escolar; em sua coesão econômica, pela administração confiscatória socialista. Paira no ar um grave sentimento de injustiça. Suas preocupações, portanto, vão bem além da preservação de insetos, da tosse dos pássaros ou da pretensa diminuição das florestas. E por isso não fizeram dos verdes seus representantes no Parlamento, deixando-os no mato.


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