Eleições
francesas: os verdes vão para o mato
Nelson
Ribeiro Fragelli
As
eleições presidenciais deste mês na França revelaram uma rejeição a dois
engodos demagógicos: o socialista e o ecologista. O Partido Socialista Francês
corre o risco de desaparecer. Perdeu mais de 260 deputados. E os verdes do
Partido Ecologista não ficaram atrás nessa queda livre. Dos 459 candidatos,
apenas um poderá ainda vir a ser eleito no segundo escrutínio das eleições
parlamentares no dia 18 de junho. Os verdes se tingem sempre de vermelho,
aliando-se aos socialistas ou aos comunistas. Desta vez a escolha de
pigmentação foi má, pois os socialistas franceses obtiveram apenas 7,4% dos
votos, e os comunistas 2,7%.
Já
se foram os tempos em que a falácia do aquecimento global e do degelo nos polos
encontrava crédulos ingênuos. Se há cinco anos o Partido Ecologista tinha 17
deputados e dois ministros nomeados pelo presidente Hollande, nas últimas
eleições um desses ministros — a então presidente do Partido, Cécile Duflot, da
pasta da Igualdade Territorial e da Habitação — ficou em terceiro lugar em sua
circunscrição, longe do primeiro colocado, um jovem de apenas 28 anos. Antigos
militantes ecologistas que deixaram o partido verde e se apresentaram como
candidatos de outros grupos políticos de esquerda conseguiram eleger-se.
Os
franceses sentem-se ameaçados: em sua coesão nacional, pela imigração
desmesurada; em sua coesão familiar, pela educação escolar; em sua coesão
econômica, pela administração confiscatória socialista. Paira no ar um grave
sentimento de injustiça. Suas preocupações, portanto, vão bem além da
preservação de insetos, da tosse dos pássaros ou da pretensa diminuição das
florestas. E por isso não fizeram dos verdes seus representantes no Parlamento,
deixando-os no mato.
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