|
O ecologismo em seu nascedouro se manifestou como uma nova religiosidade que
eleva a natureza à categoria de divindade de tipo panteísta.
Esse substrato visceralmente anticristão é habilidosamente ocultado para o
grande público. Para esse, os militantes do ecologismo radical apresentam uma
careta simpática de defensores da natureza.
Mas em seus ambientes fechados e em seus escritos restringidos a conversa é
outra: o panteísmo. Em algumas circunstâncias deixam transluzir esse fundo.
Foi o que se verificou por ocasião de recente encontro dos grandes potentados
das multinacionais do petróleo com o Papa Francisco e altas personalidades do
Vaticano.
A surpresa geral não foi pequena, pois esses dirigentes do negócio mundial
dos combustíveis fósseis são apresentados pela propaganda “verde” como os
piores responsáveis de uma futura morte do planeta.
Por outro lado, o pontificado do Papa Francisco adotou uma política
acintosamente oposta a esses líderes do capitalismo. E se engajou numa
política que vai de mãos dadas com a propaganda ecologista radical, e que está
expressa na encíclica ‘Laudato Si’.
Porém, no referido encontro verificou-se que em lugar de oposição há um fundo
de cooperação. E para fazer o que?
O site italiano “La Nuova Bussola Quotidiana” que acompanha atentamente o andamento das políticas vaticanas
com olho crítico apontou o princípio geral que inspiraria esse
conjunto macrocapitalista formulado por Steven C. Rockefeller em 1997:
“Se as religiões querem ter um papel construtivo como membros da nova
comunidade mundial que está emergindo, devem reconstruir sua visão do mundo e
da ética à luz do pensamento ecológico”.
Steven C. Rockefeller, segundo o site italiano, é o patriarca da
quarta geração de uma histórica dinastia americana que dominou o
desenvolvimento da indústria petrolífera. E não só isso.
De acordo com o site que citamos, as palavras desse potentado dos negócios
planetários exprimem um programa, aliás visceralmente anticatólico.
Porque a Igreja de Jesus Cristo jamais poderá reformar “sua visão do
mundo” como pediu o Sr. Rockefeller. Essa lhe foi revelada por Deus
e lhe foi confirmada pelo próprio Filho de Deus como o mais preciosos
depósito a custodiar.
Tampouco poderá “reconstruir sua ética à luz do pensamento ecológico”.
Pois essa ética se baseia nos Mandamentos da Lei de Deusrevelados a
Moisés, e no ensinamento contido na Bíblia, na Tradição e no Magistério da
Igreja.
Porém, a política vaticana há algumas décadas e especialmente no atual
pontificado parece ter aceito proceder à “reconstrução” exigida pelo Creso
sob ar de “modernização”.
Tornou-se assim explicável o referido ‘summit’ a portas fechadas na
Pontifícia Academia das Ciências.
O encontro transcorreu nos dias 8 e 9 junho tendo como tema “A transição
energética e o cuidado de nossa casa comum”, sob a perspectiva da encíclica
do papa Francisco “Laudato Si”.
Desde a publicação dessa encíclica em 2015 acontecem regularmente no Vaticano
encontros de alto nível visando a aplicação das propostas do documento
pontifício rigidamente a portas fechadas.
Não há debate nem sinodalidade, nem participação, modos de proceder
promovidos pelo atual pontificado.
“Não – escreve a “La Nuova Bussola Quotidiana” – aqui se quer simplesmente promover uma agenda, e toda a Igreja
é convidada a se mobilizar sobre os temas do ambiente especialmente as
mudanças climáticas”.
Sintomático da adoção dessa plataforma anticristã, segundo o site citado, foi
a Jornada da Criação promovido em Turim, pela Congregação do Padres
Barnabitas, com apoio da Conferência Episcopal Italiana, com o tema “Retorno
ao manicômio: o negacionismo climático na era de Trump”.
O relator foi o falsário, mas ainda
ativo fundamentalista do aquecimentismo, Michael Mann. A diocese de Turim e os padres Barnabitas, louvaram-no por
vituperar como doido filonazista a quem põe em dúvida a mudança climática
antropogênica.
O encontro foi combinado por Mons. Marcelo Sanchez Sorondo, presidente da
Academia das Ciências, pelo cardeal Peter Turkson, chefe da nova Congregação
vaticana para a promoção do desenvolvimento humano e a Universidade americana
de Notre Dame.
Da parte das macroempresas do petróleo participaram delegados da Exxon Mobil,
Eni, BP, Royal Dutch Shell, Pemex, a norueguesa Equinor e sociedades de
investimento.
A instrução de Steven C. Rockefeller citada, escreve o site italiano, inspira
uma grande sintonia entre a Santa Sé e a ONU, a ponto de a política vaticana
achar que a liderança da República Universal partilha as mesmas posições da
Santa Sé.
Dessa maneira, a diplomacia vaticana se abre ao projeto de as religiões – e
sua convergência no ecumenismo – se encaminham para uma “conversão
ecológica”.
O ponto central dessa seria a tomada de consciência de que o homem é parte de
uma “comunidade de vida” que abraça animais e vegetais segundo está assinado
na ‘Carta da Terra’ da Rio-92 e está referendado na encíclica ‘Laudato Si’.
Assim, conclui o site italiano, a Santa Sé está acertando o passo à uma
ideologia profundamente anticristã.
O protótipo dessa “nova Igreja” verde-vermelha já está sendo modelado no
projeto de constituir uma Igreja amazônica integrada com a
natureza e a cultura – incluídas as superstições – das
tribos locais mais degradadas.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário