General Heleno diz que índios não precisam de tratamento
diferenciado
'Demarcação de terras até hoje
não deu certo'
BRASÍLIA — O ministro do Gabinete de Segurança Institucional
(GSI), general Augusto Heleno, defendeu a transferência da demarcação de terras indígenas do Ministério da Justiça para o
Ministério da Agricultura, conforme prevê medida provisória editada pelo
presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o ministro, algumas mudanças na área já
estavam previstas desde a campanha eleitoral que levou Bolsonaro à presidência
da República.
— Foi uma promessa de campanha do presidente tratar do
assunto. Como a demarcação de terras até hoje não deu certo vale a pena tentar
uma coisa diferente — disse o ministro depois de participar da transmissão de
cargo para o novo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo.
No Ministério da Justiça, a
estrutura técnica de demarcação de áreas indígenas estava mais aberta a
influência de organizações
não-governamentais favoráveis a terras exclusivas para os índios.
Segundo o general Heleno, a separação entre índios tem sido um erro. Para ele, os índios não precisam de
tratamento diferenciado como alguns intérpretes da questão indígena acreditam.
Estes intérpretes da questão estariam errados ao tentar impor uma determinada
visão sobre a verdadeira necessidade dos índios.
— (O índio) precisa ser tratado como cidadão brasileiro, e
não como alguém de exceção, que precise de medidas excludentes. Precisa ser
incluído na sociedade brasileira como cidadão, guardadas todas as tradições
culturais, todos seus traços, ancestrais, a história.
Tudo isso precisa ser
preservado, mas dando ao índio o direito de ter aquilo que ele deseja e não de
ter a sua situação imposta por quem acha que ele deve ser assim — afirmou.
O Globo - Jailton de Carvalho
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