Amazônia: Invasão, Ecologia,
Heresia
e Apostasia
Ronaldo Ausone Lupinacci*
“O presidente
americano dá um ultimato ao nosso país: se não cessar o ‘desmatamento
destrutivo’ em uma semana, os EUA iniciarão um bloqueio naval ao Brasil e
lançarão ataques aéreos para destruir infraestrutura estratégica brasileira.”
Pelas aspas o
prezado leitor já terá concluído que não consiste em afirmação minha, mas de
transcrição de texto. Realmente, o texto aspeado foi divulgado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-49253621 no último dia 6
de agosto, e causou grande impacto, tendo atraído, compreensivelmente, a ira do
presidente Jair Bolsonaro (1).
Embora, por ora
possa parecer absurda a hipótese de invasão, foi ela formulada por pessoa altamente
situada nos Estados Unidos, com alguns possíveis objetivos: balão de ensaio,
ameaça, ou aviso. O autor é Stephen M. Walt, professor de Relações
Internacionais, na Universidade de Harvard, ligado ao Partido Democrata,
sabidamente de orientação esquerdista (2).
A fala surgiu no
momento em que a mídia nacional e estrangeira intensifica o bombardeio ao
Brasil com mentiras e meias verdades acerca de suposta devastação ambiental,
permitindo concluir que consiste em “preparação de artilharia” para investidas
mais ousadas nos âmbitos publicitário, político, econômico e, …eventualmente
bélico (3). Há tempos pululam no exterior sinais de cobiça
pelo território nacional e esforços para a constituição de uma república
universal.
Não por acaso ou
coincidência está em gestação outra grande investida contra o Brasil. Refiro-me
ao Sínodo dos Bispos da Amazônia cuja realização se acha prevista para o
próximo mês de outubro. O Sínodo consiste em desfecho natural da propaganda
demagógica do ambientalismo veiculada nos meios de comunicação, conforme
denunciou o livro “Psicose Ambientalista – Os Bastidores do Ecoterrorismo
Para Implantar Uma Religião Ecológica, Igualitária e Anticristã” escrito
pelo Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança (4).
A orquestração
difamatória vem sendo visivelmente alimentada pelo “governo dos governos” e
seus agentes (a mídia, os governos nacionais e organismos internacionais), e,
já se sabia que um dos principais objetivos era mutilar (ou suprimir) nossa
soberania sobre a Amazônia.
Sobre o mesmo
assunto a revista “Catolicismo” divulgou extenso e bem argumentado
artigo escrito por José Antonio Ureta, no qual são identificados desvios
doutrinários do documento preparatório do Sínodo, intitulado “Instrumentum
Laboris” (5).
O tema, assim, se
apresenta de maneira candente porque os Cardeais Gerhard Muller, Walter
Brandmüller, e Raymond Burke condenaram publicamente o documento preparatório
do Sínodo de 2019 acusando-o de conter heresia e favorecer a apostasia, além de
revelar estupidez (6).
Este gravíssimo
parecer daquelas altas autoridades eclesiásticas obriga os católicos a refletir
profundamente, máxime em vista do empenho do Papa na realização do Sínodo, e,
do conjunto de atitudes, ditos e escritos que ele vem adotando desde o início
de seu calamitoso pontificado. Assim a primeira questão que se coloca é de se
saber se o Papa pode cair em heresia.
Este problema já
se pôs há mais de 40 anos, quando foi promulgado o “Ordo Missae”, isto é, novo
texto da missa que, a partir de 1971, substituiu aquele vigente desde o
Concílio de Trento (1545-1563). “Arnaldo Vidigal Xavier da Silveira, estudioso
brasileiro de questões teológicas, elaborou, naquela época, um denso trabalho
intitulado “Considerações sobre o ‘Ordo Missae” de Paulo VI”, destinado a apurar
se existiam erros nos documentos atinentes ao rito da missa modificado, quando
colocou a mesma questão prévia acima, que agora se reapresenta em face de
inúmeros pronunciamentos e atitudes do Papa Francisco: é possível um Papa
incidir em heresia? O referido especialista concluiu que sim, com base nos
ensinamentos de Santos e dos mais respeitáveis teólogos, a começar por São
Roberto Belarmino (7).
Agora se
apresenta a importantíssima questão moral e disciplinar do assentimento ou da
resistência dos católicos a mais esta investida da herética e apóstata da
Igreja Conciliar, ou seja, da seita que se apoderou da estrutura da Igreja
Católica a partir do demolidor Concílio Vaticano II. Estariam os católicos
obrigados a aderir à doutrina da “Instrumentum Laboris”, e, consequentemente,
colocar em prática aquilo que mesma doutrina falsa sugere?
Afirmo
categoricamente que – não só não estão obrigados – mas devem combater a
iniciativa do Vaticano. Com efeito, o documento sinodal exprime a ruptura da
“Nova Igreja” indigenista e tribalista-comunista nos campos teológico,
filosófico, antropológico, eclesiológico, sacramental e civilizacional com a
Igreja de Cristo, segundo demonstraram os Cardeais acima citados, bem como o
estudo de José Antonio Ureta, e, ao mesmo tempo favorece a desintegração de
nosso território.
São Roberto
Belarmino, nos instruiu que “assim como é lícito resistir ao Pontífice que
agride o corpo, assim também é lícito resistir ao que agride as almas, ou que
perturba a ordem civil, ou, sobretudo aquele que tentasse destruir a Igreja;
digo que é licito resistir-lhe não fazendo que ele ordena e impedindo a
execução de sua vontade” (“De Romano Pontifice, líber II, C. 29).
E, mais adiante
aquele mesmo doutor complementa: “O Papa herege manifesto deixa por si mesmo de
ser Papa e cabeça, do mesmo modo que deixa por si mesmo de ser cristão e membro
do corpo da Igreja; e, por isso pode ser julgado e punido pela Igreja (“De
Romano Pontifice”, líber II, cap. 30, p. 420).
Visei com este
artigo alertar os católicos, e, também, os não católicos, estes últimos pela
ênfase dada ao aspecto geopolítico do tema. Isso porque os Bispos brasileiros,
em sua imensa maioria (ao que sei) permanecem silenciosos sobre uma questão de
extrema gravidade não só sob o prisma religioso. Espero que a atitude destemida
dos Cardeais Gerhard Muller, Walter Brandmüller, e Raymond Burke lhes sirva de
exemplo.
* O autor é advogado.
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