quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Como se fabrica uma notícia

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Quilombo na agenda do Presidente
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A matéria abaixo, publicada no Diário de Canoas, RS, no dia 21/01/09, mais que tendenciosa, pareceu-nos feita de encomenda para atingir objetivos predeterminados.
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Como o leitor verá, trata-se simplesmente do usucapião de uma família negra que reside há 70 anos num pequeno terreno de 22 m². Portanto, nada de mais justo que ela recebesse o título de propriedade particular. Vejamos.
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Quilombo receberá
reconhecimento nacional
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Canoas – Justamente por passar de geração para geração, o quilombo da família Jesus está recebendo atenção especial. Foi no bairro Marechal Rondon, em Canoas que há quase sete décadas a família se instalou para cultivar hortaliças, galinhas e porcos.
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Com o trabalho, Rosalina alimentava os filhos, o marido e ainda ajudava no sustento da família. Flores também eram mais que um hobby, pois auxiliavam na renda do final do mês. As lindas rosas de dona Rosalina também colaboraram para o nome do quilombo.
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Antônio de Jesus, 63, continua com parte do trabalho da mãe. A plantação de alface, couve, radici, salsa, cebolinha, entre outros, alimenta a família e serve como fonte de renda para ele.
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“Lembro deles muito bem. Meu pai trabalhava para o Estado como maquinário e minha mãe em casa. Às vezes fico pensando e as lembranças vêm”, conta. Antoninho, como é conhecido pela família, com 10 anos de idade, levava as flores da mãe para vender em Porto Alegre próximo aos cemitérios.
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A irmã dele, Maria do Carmo de Jesus, 77, conta que o avô era escravo. “Lembro que ele foi para a guerra, tinha até espada”, diz. Mas a lição que nunca esqueceu foi repassada pela mãe. “Ela sempre disse: cultive a terra, dê valor, respeite e ame. E não pense em maldades para os outros”, ressalta.
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TITULAÇÃO – Desde 2008, a terra de 22 metros quadrados onde Maria mora com filhos, netos e bisnetos está em processo administrativo no INCRA. Como não há proprietário, o processo de titulação é mais rápido, pois não é preciso pagar indenização.
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O fato de a terra ter permanecido para a família pode torná-la conhecida como a primeira comunidade quilombola titular da área de seus antepassados no Brasil.
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O pioneirismo está sendo adequado à agenda do presidente Lula. “Ele pretende conhecer a família. É um primeiro passo que traz um reconhecimento enorme”, enfatiza a coordenadora de Políticas de Igualdade Racial do Município, Maria Aparecida Mendes.
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