sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Deixem reinar a paz no campo!



Por que perseguir o agronegócio?

Helio Brambilla

Há poucos dias visitei os mananciais do complexo da Serra da Cantareira, que fornecem grande parte da água consumida na grande São Paulo. É invejável o cuidado das autoridades e da população local na preservação deste tesouro que beneficia milhões de pessoas. Aliás, fruto do simples bom senso.

Em relação à agropecuária, contudo, o governo federal procede de modo diametralmente oposto, atormentando-a e prejudicando-a com todo tipo de ameaças. Até o insuspeito jornal esquerdista “Le Monde” advertiu o Sr. Lula da Silva de que ele deveria tratar bem o agronegócio, pois o mesmo era “a galinha de ovos de ouro do Brasil”.

Sou às vezes levado a imaginar que se trata de obsessão sectária, pois a cada momento e de todos os lados surgem ameaças: as invasões de terra, uma verdadeira guerra; o movimento quilombola, como coelho saído de cartola; reservas indígenas infestadas de agitadores estrangeiros cujos anseios são atendidos por magistrados que pouco se incomodam em tratar a outros brasileiros como alienígenas. 

Até pela chuva ou pelo bom tempo, os culpados são os agropecuaristas que, ao contrário dos utopistas, não trabalham ao sabor do vento; sem falar do malfadado “trabalho escravo”, ardilosa arma manuseada pelos responsáveis de um país no qual, durante cinco meses do ano, todos os que trabalham o fazem na condição de escravos de um único e insaciável patrão: o Estado...

Tenho vontade de bradar: Atenção, homens de Brasília! Parem! Deixem o agropecuarista trabalhar em paz! Deixem reinar a paz no campo! – lema, aliás, de nossa bandeira em defesa da agropecuária brasileira. Ou a esquerda brasileira ainda quer o modelo cubano? Antes de se tornar comunista, Cuba produzia mais que o dobro do açúcar brasileiro. E hoje? – Ela atingiu um nível tão baixo que sua produção regrediu à de 100 anos atrás!

 Outro exemplo é a produção de leite. Tive oportunidade de, numa exposição agropecuária, ver o corpo de uma vaca cubana embalsamada, a qual, na década de 80, foi muito propagada mundo afora como sendo a que teria produzido mais leite até então, atingindo a marca histórica de mais de 100 litros/dia. Trata-se da famosa “Uble Blanca”...

Hoje a miserável Cuba produz somente em torno de 500 milhões de litros de leite, quantidade equivalente à de apenas cinco municípios paranaenses (Castro, Marechal Cândido Rondon, Carambeí, Toledo e Realeza). 

O Paraná é o terceiro produtor brasileiro, com 3.7 bilhões de litros – mais de  sete vezes a produção de Cuba.


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