... vida decente nem para o proprietário rural, quiçá
para os trabalhadores
Sebastião Valverde
Vê-se nos noticiários florestais que os que não caíram no conto
do vigário do discurso ambientalista xiita estão se deleitando do desenvolvimento
florestal como Tocantins, Maranhão e Mato Grosso do Sul, enquanto aqueles
amargam o retrocesso florestal vendo apáticos suas indústrias florestais
estagnadas ou se zarpando.
Também pudera, recentes Portarias nas Alterosas
impossibilitam até minúsculos produtores de fazer carvão de eucalipto, imaginem
para os grandes e para aqueles que um dia ainda sonham manejar suas florestas
nativas para carvoejar como faziam seus antepassados?
Este modelo de gestão, em que pese tenha trazido algum benefício
ambiental diante de tanta paranoia de comando e controle, suspeita ter
provocado alguns estragos no meio ambiente por estar mantendo a pobreza no
campo, recrudescendo a decadência rural, contribuindo para o aumento no êxodo e
dificultado o avanço tecnológico da agricultura brasileira.
Vide as
mesorregiões da Zona da Mata e do Vale do Rio Doce em Minas Gerais, em que a
população rural vegeta da subsistência explorando ilegalmente a lenha do pouco
que regenera nas APP.
Isso, quando não vivem da mendicância das bolsas famílias
e Cia ltda. Se bem que nestes casos, o ócio e a leniência advindos deste
assistencialismo têm, pelo menos, contribuído para promover a regeneração da
Mata Atlântica até mais que os programas de recuperação florestal.
Para estas mesorregiões degradadas e decadentes, exigir licença,
ou impor qualquer obstáculo para se reflorestar, é, no mínimo, ultrajante e
covarde para com a população rural.
Nelas, há muito abandonadas pelo Estado, o
campo está se desertificando e envelhecendo. A renda rural já não é suficiente
para manter uma vida decente nem para o proprietário rural, quiçá para os
trabalhadores.
Aliás, se o Estado não tivesse deixado se levar pelo clichê
ambientalista de proibição total, talvez estas comunidades rurais não
estivessem passando pelos problemas comuns nas periferias dos grandes centros.
O clima de paz bucólica no campo acabou. Os jovens rurais da
Zona da Mata estão se drogando, marginalizando e envelhecendo precocemente aos
olhos de um Estado paquidérmico que tem a pachorra de dificultar qualquer
tentativa de investimento florestal.
Sinal dos tempos: chegou-se ao limite do
absurdo de marginalizar o empresariado – teimoso e insistente por produzir num
País adverso -, penalizando-o com multas e prisões, por descumprir leis
draconianas idealizadas por pessoas que nunca produziram e nem geraram qualquer
emprego neste país.
Enquanto estes Estados não expurgarem este modelo burocrático de
gestão ambiental, as empresas florestais certamente não investirão. As
oportunidades são raras. Cavalo arreado só passa uma vez, quando muito duas,
porém na segunda sobrará a garupa.
Será uma tarefa hercúlea extirpar este câncer
burocrático do licenciamento porque sua metástase já contaminou outros entes do
Poder Público. Entretanto, não há alternativa, pois do contrário as regiões
pobres, outrora ricas, com vocação florestal sucumbirão, assim como as contas
dos estados também não fecharão.
Não adianta penalizar o investidor florestal, são eles que ainda
pagam parte da conta do Estado. Há que se buscar um equilíbrio entre “produzir
protegendo” e “proteger produzindo”, mas jamais “proteger sem produzir”, pois
do contrário, em breve, as federações vítimas desta sandice burocrática terão
dificuldades de receitas para honrar seus custos operacionais.
Se hesitar
muito, nem recursos para pagamento da energia elétrica terão. Haverá Estados em
2016 implorando aos servidores que “o último que sair apague a luz, ou a
pague”. É fundamental proteger o passado para as futuras gerações, mas sem
confiscar o presente da atual. Oh Alá, onde isto vai chegar?
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