... sacos da mesma farinha
Marcos Luiz
Garcia
Faz anos que o trânsito de São Paulo dá mostras de saturação.
Mais uma vez as autoridades tentam delinear uma solução para o problema e as
ideias começam a aflorar. Para os petistas, o vilão da cidade é o proprietário
do veículo particular, de todo semelhante ao vilão de nossos campos, o
proprietário de terras.
Na verdade, o denominador comum do pensamento esquerdista é
que a propriedade privada representa o grande mal social, sobretudo a da terra,
sobre a qual o homem deita mais raízes. Mas o veículo particular não deixa de
ser propriedade privada e, na lógica comunista, deve ser execrado como o “latifúndio”
do trânsito.
Na esteira do clima gerado pelas invasões de prédios, para comunistizar a cidade São Paulo cumpre
aproveitar-se também do trânsito. Que os proprietários de automóveis se
preparem para suportar como os fazendeiros os ataques de várias frentes urbanas
dos equivalentes ao MST, quilombolas e índios, além do IBAMA, FUNAI e INCRA.
Cabe aos proprietários conhecer bem os seus direitos, para
mais eficazmente se defenderem diante dos esquerdistas, que nesta hora se
esquecerão de que os donos de veículos pertencem à classe que mais contribui
com impostos, entre eles os embutidos no preço dos combustíveis; à classe que
mais proporciona empregos, e assim por diante.
Não deixa de ser curioso que poucos levantam a questão do inchaço
populacional de São Paulo, especialmente do centro expandido, como causa do
problema do trânsito. Poucos estudam possibilidades de estender a cidade para
as periferias, multiplicando os centros comerciais e empresariais fora do atual
centro.
Parece comezinho, mas é preciso diminuir o afluxo de gente à
região central e não verticalizar a população num centro já densamente
populoso. Será que, julgando-se assim privilegiada pelas autoridades, a população
laboriosa das periferias lhes retribuirá nas eleições? Tornar-se-á massa de
manobra para reivindicações eivadas de lutas de classes e populistas?
As autoridades deveriam se preocupar com o desenvolvimento
das cidades de onde partem as massas migratórias, a fim de que seus habitantes
se sintam bem nelas e não venham para as megalópoles. De elementar bom senso, isso
pressupõe, entretanto, um aspecto estratégico fundamental para garantir seu
êxito.
E a receita é diametralmente oposta ao ideário
socialocomunista, ou seja, estimular a propriedade privada e seu corolário, a
livre iniciativa, a fim de gerar riqueza, emprego e renda. O erro é distribuir
dinheiro de graça, que só dá retorno eleitoral, estimula a inação e não concorre
para desenvolvimento algum.
Ora, gerar propriedade e riqueza constitui uma das piores
“heresias” contra o ideal imorredouro do petismo, da esquerda católica e de
todo um mundo de políticos, que só se diferenciam quanto à velocidade na
implantação do “paraíso” socialista, pois se equivalem no campo das ideias.
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