Preço dos
serviços bancários chega a subir 10 vezes acima da inflação
YOLANDA FORDELONE
Segundo
pesquisa do Idec, em 12 meses tarifas bancárias dos principais bancos
brasileiros subiram acima do IPCA; aumento foi maior em cestas de clientes
antigos
Os preços estão mais altos a começar
pelas tarifas bancárias. Em 12 meses, os bancos reajustaram os preços das
tarifas bancárias bem acima da inflação. Segundo uma pesquisa do Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o aumento chega a 136% entre
serviços avulsos e 75,2% entre os pacotes. Os serviços incluem extratos,
saques, transferências, folhas de cheques, entre outros.
A pesquisa foi feita entre março de
2014 e fevereiro de 2015, período no qual a inflação foi de 7,7%. Foram
avaliados 75 pacotes de serviços de seis bancos: Banco do Brasil, Bradesco,
Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander.
Foto: Milton Michida/Estadão
Alguns casos foram destacados, como o
do Bradesco, que elevou o preço de um dos pacotes em 75,2% – quase dez vezes
acima da inflação. Segundo o Instituto, os reajustes foram mais comuns entre os
pacotes de custo intermediário, os mais utilizados pela população. Entre
as tarifas avulsas, os aumentos foram pontuais, mas significativos. O HSBC, por
exemplo, elevou a anuidade de um cartão de crédito em 136%.
Reajustar as tarifas muito acima da
inflação foi considerada pelo Idec uma prática abusiva. Os preços dos serviços
bancários deveriam ser controlados pelo Banco Central. A instituição, porém,
afirma que cada banco estabelece o reajuste de acordo com a estratégia
operacional e de mercado e que os casos de abusos de preço são competência de
órgãos de defesa do consumidor, como os Procons.
Reajuste maior para
quem já é cliente
A pesquisa também mostra que os pacotes
que não são mais ofertados pelos bancos para novos clientes, mas que continuam
valendo para os correntistas “antigos”, estão entre os que sofreram os maiores
aumentos. Os reajustes mais consideráveis nesse grupo foram os do Banco do
Brasil, chegando a 56,8% para o pacote Modalidade 50, que saltou de R$ 31,35
para R$ 49,15. A avaliação do Banco do Brasil levou em consideração os pacotes
que eram comercializados até 2013, ano em que a instituição deixou de ofertar
26 pacotes.
O Itaú alterou o seu portfólio para
novos clientes e aplicou altos reajustes aos pacotes contratados pelos antigos
correntistas: a MaxiConta Itaú Eletrônica subiu 25,2%, passando de R$
11,10 para R$ 13,90.
Banco
|
Pacote
|
Antes*
|
Depois*
|
Variação
|
Bradesco
|
Cesta Exclusive Fácil
|
R$ 27,40
|
R$ 48,00
|
75,2%
|
Banco do Brasil
|
Modalidade 50
|
R$ 31,50
|
R$ 49,15
|
56,8%
|
Itaú
|
MaxiConta Itaú Eletrônica
|
R$ 11,10
|
R$ 13,90
|
25,2%
|
Santander
|
Simples Mais Minutos
|
R$ 22,00
|
R$ 25,90
|
17,7%
|
Caixa
|
Fácil Caixa
|
R$ 12,80
|
R$ 14,11
|
10,2%
|
HSBC
|
Super Econômico
|
R$ 26,80
|
R$ 29,00
|
8,2%
|
Pesquisa de preços
Segundo o Idec, o pagamento de contas
na função crédito, uma tarifa avulsa, custa R$ 4 no Banco do Brasil e R$ 19,90
no Santander – variação de 397,5%. A diferença de preço reforça a ideia de
pesquisar antes de aderir qualquer pacote. Uma ferramenta útil neste sentido é
o Star,
da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que permite comparar o valor das
tarifas avulsas cobradas pelas principais instituições financeiras. Para
consultá-la, acesse.
Porta de OESP
Nenhum comentário:
Postar um comentário