O apoio à
produção do campo
Um recorde mensal de exportação foi
batido em maio, com receita de US$ 19,79 bilhões.
As vendas do agronegócio
renderam pelo menos US$ 9,25 bilhões, 46,7% de todo o faturamento.
Um
recorde mensal de exportação foi batido em maio, com receita de US$ 19,79
bilhões. As vendas do agronegócio renderam pelo menos US$ 9,25 bilhões, 46,7%
de todo o faturamento. O setor tem garantido números positivos no comércio
exterior, compensando com folga o déficit de outros segmentos da economia.
Pelo
último balanço detalhado, até abril o agronegócio acumulou um excedente de US$
24,34 bilhões, bem maior que o saldo total do comércio, de US$ 21,37 bilhões. A
diferença é o resultado em vermelho dos outros itens. A importância do setor
como fonte de dólares seria suficiente para justificar a solenidade, repetida
na quarta-feira no Palácio do Planalto, de anúncio do plano de financiamento à
produção agropecuária, desta vez com um total previsto de R$ 190,25 bilhões.
O
setor dá uma injeção de otimismo no País, disse o presidente Michel Temer ao
apresentar o Plano Agrícola e Pecuário de 2017/18. Ele se referiu
principalmente ao crescimento da produção registrado no primeiro trimestre, o
mais poderoso motor da economia nesse período.
O Produto Interno Bruto (PIB)
contabilizado entre janeiro e março foi 1% maior que o registrado nos três
meses finais de 2016 e isso se deveu basicamente à atividade rural. Um dia
depois da cerimônia, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicou a
nova estimativa da safra de grãos e oleaginosa do ano agrícola 2016/17. O
levantamento de junho apontou 234,32 milhões de toneladas, um total 25,6% maior
que o da temporada anterior.
O
volume estimado em maio havia chegado a 232,02 milhões de toneladas. A maior
parte da diferença, de 2,3 milhões de toneladas, provém de uma reestimativa da
safra de verão, de 225,63 milhões para 227,94 milhões de toneladas. O resto se
refere às culturas de inverno, como trigo, aveia e cevada, com colheita
prevista para o segundo semestre.
O
aumento da produção de grãos e oleaginosas neste ano é explicável, em parte,
pela quebra da safra anterior, consequência das más condições de tempo. Mas o
vigor das principais lavouras tem sido, há algumas décadas, garantido
essencialmente pelos ganhos de eficiência resultantes da modernização de
processos e insumos.
O
aumento das colheitas tem dependido essencialmente da maior produção por
hectare e muito menos da expansão da área cultivada. Além de ser uma das mais
eficientes do mundo, a agricultura brasileira é também poupadora de terras e,
portanto, conduzida de forma favorável à preservação da natureza. Esse detalhe
tem sido com frequência ignorado, por incompetência ou má-fé, por barulhentos
porta-vozes de movimentos ecologistas.
No
Brasil, a importância da agropecuária ultrapassa amplamente a contribuição do
setor para as exportações e o abastecimento do mercado interno. Essas duas
funções são centrais, mas, além disso, a produção rural movimenta uma
importante indústria fornecedora de insumos e de equipamentos e supre um
poderoso setor de processamento de alimentos e de matérias-primas destinadas a
outras finalidades.
O
valor total de financiamentos para a temporada 2017/18 é apenas 3,5% maior que
o do ano agrícola anterior. Nem chega a compensar a inflação medida pelo índice
oficial, mas foi o possível, nesta fase de aperto, como indicou o ministro da
Agricultura, Blairo Maggi.
Representantes da agropecuária reclamaram dos juros,
mais baixos que os da safra 2016/17, mas com redução menor que a da Selic,
definida pelo Banco Central. Taxas inferiores às do mercado dependem de
subsídios oficiais, mais escassos, naturalmente, numa fase de contenção das
despesas públicas.
Créditos para custeio e comercialização terão taxas
de 7,5% e 8,5%, um ponto inferiores às da safra anterior. Uma redução de dois
pontos valerá para os empréstimos destinados a armazenamento e inovação
tecnológica.
O governo também dará uma grande contribuição se revitalizar os
investimentos em rodovias e ferrovias. Boa parte da eficiência produtiva é
anulada quando se trata de levar a produção ao mercado interno e aos portos.
Fonte:
O Estado de S.Paulo
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