sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Oh! Minas Gerais, terra dos queijos


Brasileiros levam 12 medalhas no Concurso Mundial de Queijos da França

Dez mineiros inscreveram 27 queijos na premiação. Marly Leite trouxe ouro e superouro; os outros ganharam sete pratas e três bronzes


Patrícia Ferraz

De Belo Horizonte

A mestre queijeira Débora Pereira, coordenadora da ONG Ser Tão Bras e membro da Guilda de mestre queijeiros da França, cansou de carregar queijos mineiros na mala para a França, onde vive há quatro anos. Resolveu então levar os próprios queijeiros para mostrar seus produtos numa feira, em Tours. Ganhou o estande da organização do evento e conseguiu inscrever os queijos mineiros no Concurso Mundial de Queijos da França-2017. 
Com apoio da Federação dos Agricultores de Minas, que financiou 70% da viagem (os outros 30% foram pagos pelos próprios produtores), montou a delegação e em junho partiu levando o grupo de dez queijeiros. A ideia era aproveitar para visitar caves de afinação, para inspirar os brasileiros.

“Chegamos lá com os queijos e não dava para deixá-los na mala uma semana, então pedi para um produtor de Brie que guardasse os queijos em sua cave e os levasse em caminhão refrigerado junto com os seus para o concurso”, conta Débora. 

O gentil francês contribuiu involuntariamente para o maior prêmio que um queijo brasileiro já levou na França, o superouro. É que o estágio de uma semana em contato com o mofo francês aprimorou o queijo mofado Senzala, produzido por Marly e Joel Leite, na Fazenda Caxambu, em Sacramento na microrregião de Araxá. 

Com a “casca florida perfeita”, levou o prêmio máximo num concurso internacional importante com queijos de 39 países, avaliados por cem jurados do mundo todo. 


Marly mal podia acreditar. Ela havia aprendido a curar queijos quatro meses antes do concurso, num workshop de Débora. “Entendi que meu queijo estava ressecado porque maturava em lugar aberto”, conta a produtora. 
Ela transferiu os queijos para o porão da casa, passou a molhar o chão para aumentar a umidade e o mofo branco tomou conta da produção. “O Joel até duvidou que as pessoas iriam querer aquele queijo esbranquiçado”, diverte-se a produtora, enfermeira de formação.

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