Comissão Pastoral
da Terra - Secretaria Nacional
Assessoria de Comunicação
Assessoria de Comunicação
NOTA PÚBLICA
Nós somos CNBB. Nós
somos CIMI
"Felizes vocês
se forem insultados e perseguidos e se disserem todo tipo de calúnia contra
vocês, por causa de mim" (Mt 5, 11).
Nós, Conselheiros e Conselheiras,
Coordenação Executiva Nacional e Diretoria da Comissão Pastoral da Terra (CPT),
em reunião do Conselho Nacional, queremos MANIFESTAR nosso REPÚDIO às
afirmações do Sr. Jair Bolsonaro que, em vídeo que circula nas redes sociais,
ofende a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho
Indigenista Missionário (CIMI), chamando estes dois Organismos de "banda
podre da Igreja Católica".
As ofensas dirigidas a estes
Organismos se estendem também a todos os católicos e a todas as católicas
do Brasil e do Mundo, já que somos muitos e muitas, mas formamos um só corpo
(cf. 1 Cor 12, 13).
A CNBB, diferentemente das acusações
do Sr. Jair Bolsonaro, é um Organismo que há 66 anos coordena as atividades de
todos os bispos Católicos do Brasil, que tanto bem tem feito não somente à
Igreja Católica, mas ao povo brasileiro, quando tomou a defesa dos perseguidos
e torturados pela ditadura militar. Durante todos os anos de sua história tem
tomado posição ao lado do bem, da verdade, da justiça, da vida, da dignidade da
pessoa humana, especialmente dos mais pobres e excluídos. Tem se manifestado em
Documentos, Mensagens e Notas no sentido de promover a democracia, os direitos
dos trabalhadores, dos povos indígenas, das comunidades camponesas e a favor de
uma Reforma Agrária autêntica.
A CNBB, portanto, não pode jamais ser
chamada de "banda podre da Igreja Católica", pelo contrário, ela nos
ajuda a ser e viver como cristãos e cristãs, no seguimento de Cristo, que veio
para que tivéssemos vida e vida em abundância (cf. Jo 10, 10). A CNBB nos
representa. Nós somos CNBB.
O CIMI, diferentemente das acusações
do Sr. Jair Bolsonaro, é um Organismo da Igreja Católica que nasceu para SERVIR
os Povos Indígenas e tem cumprido exemplarmente esta missão, sendo muitas das
vezes a única voz em sua defesa e em apoio às suas lutas, para não perderem
suas terras e territórios, para preservarem suas culturas e direitos e para
reconquistarem territórios dos quais foram esbulhados pela sociedade
envolvente.
O CIMI, também, não pode jamais ser
chamado de "banda podre da Igreja Católica". Ele é uma das muitas
formas de se praticar a caridade cristã, através da prática da solidariedade
com os Povos Indígenas. O CIMI nos representa. Nós somos CIMI!
Cremos que o povo brasileiro, os
cristãos de todas as Igrejas e os Católicos ficarão com quem faz o bem e
promove a vida e a paz; com quem busca a verdade e denuncia a mentira e as
injustiças; ficarão com a CNBB e com o CIMI.
Assumimos como nossas as afirmações
da Nota Conjunta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), CNBB e outras
entidades sobre o momento em que vivemos. Com elas queremos:
"AFIRMAR o peremptório
repúdio a toda manifestação de ódio, violência, intolerância, preconceito e
desprezo aos direitos humanos, assacadas sob qualquer pretexto que seja, contra
indivíduos ou grupos sociais, bem como a toda e qualquer incitação política,
proposta legislativa ou de governo que venha a tolerá-las ou
incentivá-las";
"REITERAR a imperiosa
necessidade de preservação de um ambiente sociopolítico genuinamente ético,
democrático, de diálogo, com liberdade de imprensa, livre de constrangimentos e
de autoritarismos, da corrupção endêmica, do fisiologismo político, do
aparelhamento das instituições e da divulgação de falsas notícias como veículo
de manipulação eleitoral, para que se garanta o livre debate de ideias e de
concepções políticas divergentes, sempre lastreado em premissas fáticas
verdadeiras".
"Conhecereis a
verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8, 32).
Goiânia (GO), 26 de
outubro de 2018.
Conselho Nacional,
Coordenação Executiva Nacional e Diretoria da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Mais informações:
Elvis Marques (assessoria
de comunicação CPT) -
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