segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Bom selvagem?

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Os neo-missionários e os índios
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Desde o século XVIII, com Rousseau e sua teoria do “bom selvagem”, foi-se criando na mente daqueles que não conhecem de perto a vida dos índios, uma idéia idílica sobre eles: pessoas sadias com uma vida paradisíaca, sem egoísmos e outros vícios próprios das pessoas civilizadas.
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Seriam os silvícolas homens de sentimentos elevados, inocentes, bravos e leais, superando mesmo o tipo humano do cavaleiro medieval. Talvez nem carregassem o peso do pecado original, herança dos filhos de Adão.
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Na realidade, bem diferentes foram os habitantes encontrados aqui na América pelos indômitos descobridores e desbravadores. A História registra que não foram pequenas as dificuldades enfrentadas pelos abnegados – e, muitas vezes – santos missionários.
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Tiveram de convencer os naturais da terra a adotar rudimentos de higiene, a abandonar a poligamia, a prática do infanticídio, a promiscuidade sexual, o costume de atacar outras tribos com o fim de capturar pessoas para fins antropofágicos, a deixar de roubar os bens alheios, incutindo-lhes as noções sobre o direito de propriedade.
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Incontáveis vezes tiveram os desbravadores e missionários que se defender de seus ataques ferozes. Até a nefanda prática da homossexualidade era comum em diversas tribos. E ainda hoje, entre os índios menos aculturados, persistem muitos desses defeitos.
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Apesar disso, foi surgindo na Igreja, após o Concílio Vaticano II, uma corrente missionária que prega o oposto do que ensinava o bem-aventurado Padre Anchieta e seus valorosos companheiros.
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Tal corrente de missionários “progressistas” chega a defender a tese de que os índios não devem ser catequizados, mas, pelo contrário, nós é que devemos aprender com eles.
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Fonte: Dominique Pierre Faga, Índios: Invasões perante o Direito Brasileiro, Diário das Leis, SP
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