domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ministério Público ajuda a inflação...




Você sabe como?





Em 2012, produtos como arroz, feijão, farinha de mandioca e óleo de soja, que compõem nossa cesta básica, responderam por 40% do IPCA, índice que mede a inflação. O fenômeno ameaça se repetir com mais força em 2013.

Em 2012, o valor da cesta básica subiu em todas as capitais. Segundo o Dieese, 10 regiões metropolitanas apresentaram alta acima de 10%, de um total de 18 capitais levantadas. São Paulo continuou sendo a cidade onde foi apurado o maior valor da cesta, R$ 304,90.

O diretor de política agrícola da Conab, Silvio Porto, garante que o governo "está antenado e olha com atenção para o arroz e o feijão, os vilões da inflação de 2012 pois não quer que isso se repita em 2013". A Conab trabalha no sentido de fortalecer os estoques reguladores do alimento básico para evitar o efeito da escassez na elevação dos preços.

Já o Conselho de Segurança Alimentar, órgão ligado diretamente à Presidência da República, propõe solução na via política para aplacar o aumento dos alimentos. 

Segundo o jornal Valor Econômico, a presidente do conselho, Maria Emília Pacheco, enviou recentemente à presidente Dilma Rousseff vários projetos de lei a ser enviados ao Congresso Nacional, pleiteando a criação de uma Política Nacional de Abastecimento Alimentar para o Brasil, algo inédito no país.

Em outro front, o Ministério do Desenvolvimento Social encomendou um estudo a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), sobre a inflação dos alimentos e suas perspectivas para o futuro. 

O estudo deve avaliar a volatilidade dos preços externos das commodities agrícolas e sua repercussão nos preços internos. É uma primeira abordagem da questão do ponto de vista das políticas públicas na área social.

Enquanto o governo se move no sentido de proteger a sociedade brasileira da inflação nos preços dos alimentos, o Ministério Público se move na direção oposta.

No início dessa semana a procuradora geral da república em exercício, Sandra Cureau, protocolou no STF três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIn) questionando pontos da Lei 12.651, o Novo Código Florestal.

Caso o supremo decida pela inconstitucionalidade de todos os pedidos feitos pela Dra. Cureau ficará proibido o plantio de arroz em várzea no Brasil. Teremos de comer arroz de várzea produzido no Uruguai ou na China, ou arroz de sequeiro. Todas alternativas mais caras.

Caso o Supremo decida em favor dos devaneios da Dra. Cureau, milhares de produtores rurais de Santa Catarina terão de arrancar seus cultivos de maçãs feitos, alguns há séculos, em encostas. 

Milhares de hectares de banana e café terão também que ser arrancados. Outros milhares de cultivos seculares feitos próximos a margens de rios também deverão ser arrancados.

O Congresso Nacional brasileiro fez um duro esforço para reformar democraticamente o Código Florestal por causa das consequências sociais ruins que a lei antiga traria, não apenas ao campo, mas à sociedade brasileira como um todo. Há um certo ambientalismo absolutamente incapaz de enxergar esses efeitos.

Gente como Sandra Cureau olha para a questão do Código Florestal à luz de preconcepções ideológicas. Para essa turma, o Código é coisa de latifundiário ruralista querendo destruir a Amazônia em nome do lucro fácil de curto prazo. São simplesmente incapazes de enxergar a complexidade do tema.

Numa das ações assinadas por Dona Cureau lê-se: "seja declarada a inconstitucionalidade do art. 67 da Lei 12.651/12". Sabem quem são os "ruralistas" afetados por essa solicitação? Os produtores rurais com imóveis menores de 4 módulos fiscais. Pequenos produtores de acordo com a classificação do próprio Incra.

Noutra ação lê-se: "Seja declarada a inconstitucionalidade do do artigo 61-C". Sabem que serão dos "ruralistas" afetados pelo 61-C? Os assentados da Reforma Agrária que passarão a receber tratamento de grandes produtores caso o STF atenda Dona Cureau.

A atitude do Ministério Público, premida por ideologia ambientalista radical e equivocada, pode levar o caos aos pequenos produtores rurais brasileiros e piorar o drama do preço dos alimentos na inflação, prejudicando toda a sociedade.

Mas você sabe o que Dona Sandra Cureau pensa disso? Provavelmente ela não liga. O ambientalismo radical, que permeia a ação da Procuradora, não se importa com esse tipo de efeito colateral da busca pela preservação. 

A ação proposta pela Dona Sandra Cureau representa a atitude de buscar a preservação ambiental a qualquer preço e a qualquer custo.

Postado por João Campus



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