quarta-feira, 22 de julho de 2015

Foice e martelo, papa Francisco e Kátia Abreu com o gorro vermelho...



Não sem muita perplexidade

Pe. David Francisquini (*)


Submersa no “volume morto” da crise institucional brasileira, a presidente Dilma procura alívio em viagens ao exterior. Assim, ela acabou de visitar a Rússia, onde teria ido tentar consolidar acordos comerciais com um governo sôfrego de aventuras expansionistas ideológicas e militares, cujo exemplo mais recente é o da Ucrânia.

Na sua comitiva se encontrava a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, representante da classe ruralista, que durante a viagem não recebeu de nenhuma autoridade comunista uma condecoração ou um crucifixo blasfemo com a foice e o martelo, como ocorreu com o Papa Francisco na Bolívia… Mas em dado momento pousou com o gorro vermelho contendo esses símbolos!
Mas o que teria levado a representante da nossa laboriosa classe rural a agir de modo análogo ao de Lula, Dilma e Marina, quando colocaram o boné do MST?
Por acaso nossa ministra desconhecia a sentença de Lenine contra os proprietários rurais, quando ele afirmou: “A palavra de ordem difusa na massa sobre a repartição da terra serve a nós comunistas para tornar mais próximo o comunismo. Quando a vitória da revolução se completar, substituiremos aquela palavra de ordem por outra da ditadura comunista“?
Com efeito, o comunismo nega a propriedade privada, sobretudo a da terra, pois é nela que o senso natural de propriedade se manifesta de modo mais arraigado. De onde o proprietário rural costuma ser comparado a uma árvore que só sai morta de onde deita raízes…  Foi por isso que o comunismo na Rússia causou milhões de vítimas para implantar a sua devastadora Reforma Agrária.
Será que nosso governo julga obter apoio válido num país como a Rússia, apesar de seu regime político-econômico ser corroído e decadente; e que tenta autoafirmar-se investindo contra a Ucrânia e ameaçando outros países vizinhos para reconstituir a antiga União Soviética?
Para informação do leitor, eis o que consta no site da revista Veja: Kátia Abreu se aproximou tanto de Dilma Rousseff que ganhou o cargo de ministra da Agricultura. Agora, em viagem à Rússia, ela deu mostras de que a guinada ideológica [...] é ainda mais radical. [...] Fez questão de exibir uma foto com o gorro típico dos líderes soviéticos”.


Vendo, de um lado, exibir-se com o gorro comunista aquela que deveria representar a nossa laboriosa classe rural, e de outro, o presidente boliviano Evo Morales presentear ao Papa um crucifixo em forma de foice e martelo, vieram-me à memória as candentes palavras de Nossa Senhora em Fátima, de que a Rússia espalharia os seus erros pelo mundo.
Recordemo-las: “Para salvar as almas dos pobres pecadores que vão a caminho do inferno, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. [...] Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes [...].
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Reabilitada, a “Teologia da Libertação” voltou a pregar a luta de classes, as reivindicações sociais, econômicas e políticas, o que agravará ainda mais o cenário nacional e internacional. Que novas revoluções poderão ainda medrar desse contubérnio religioso-comunista para aflição dos homens que creem em Deus e O temem?
Essas mesmas forças revolucionárias insistem em impor a chamada “Ideologia de Gênero” entre os brasileiros, a fim de golpear ainda mais a já combalida instituição familiar. Com efeito, eles já não suportam sequer a desigualdade entre homem e mulher, criada pelo próprio Deus.
Até onde desejarão ir os revolucionários em sua sanha igualitária? Em uma marcha de requinte em requinte, através de um processo ora pacífico, ora brutal, eles vão percorrendo diversas etapas rumo a uma quimérica igualdade completa, que é a negação de toda a ordem estabelecida pelo Criador.
Diante de tudo isso, o que pensar dos incautos e dos otimistas que, após o show midiático em torno da queda do Muro de Berlim, da Perestroika e congêneres, acreditaram na morte do comunismo?
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(*) Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria — Cardoso Moreira (RJ).

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