terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Quem tem Cuba como amiga, precisa de inimigo?



Quem tem Cuba como amiga, precisa de inimigo?

Os jornais publicaram, com alarde, mais um “avanço” na negociação de paz entre o governo colombiano e a guerrilha marxista, as FARC, que há décadas assola com violência e pânico o nosso país irmão.
Dessas negociações, o mínimo que se pode dizer é que são injustas, pois do modo como estão se desenvolvendo, põem em pé de igualdade o agressor e a vítima, isto é, os guerrilheiros terroristas e o povo colombiano.  A última parte do acordo inclui um Tribunal de Paz, que julgara os “crimes” de ambas as partes. Uma comissão da verdade com efeito penal… a que abusos não estará sujeita?
O bandido invasor entra em casa, rende a família, e atira no filho do dono, que com uma faca de cozinha tentava defender sua irmã da acometida do assaltante. Chega a polícia, e após tentar acalmar os ânimos das partes,  põe o ladrão e o pai à mesa. Os termos da discussão: é preciso que o filho e o bandido reconheçam seu erro, e se indenizem mutuamente. Pode-se chamar isso de paz? Não cabe ao dono da casa a propriedade inteira? E a legítima defesa do filho, como fica?
* * *
Mas enfim, deixemos isso de lado por hoje. O que realmente queria pôr em foco é que um dos garantes de paz é… Cuba! O quadro do ladrão e do pai de família se agrava: o garante das negociações é o mesmo que arrombou a porta para a entrada do bandido…Sim, é universalmente sabido que Cuba sempre promoveu e secundou os esforços das FARC na Colômbia. E agora não só participa das negociações de “paz”, mas senta-se à mesa como garante!
Mas por que comentar isso agora, sendo a participação de Cuba nas tratativas um fato já sabido há meses? É que acabo de ler que, após a retomada das relações entre EUA e Cuba, o regime apertou o cerco contra os dissidentes do regime comunista. “Cuba ainda é um estado de partido único e a normalização com Washington deixou as autoridades comunistas mais inquietas com a dissidência e determinadas a reprimi-la” (OESP 17/12/15)
Segundo o mesmo jornal, “dezenas, e às vezes centenas de ativistas são detidos ou presos a cada domingo”. Ainda segundo o diário, foram computadas só em novembro último 1.447 prisões políticas ou detenções arbitrárias. Faço notar que nenhum ativista levou dinamite, bomba, nem o famoso “colar da morte” utilizado pelas FARC.
Esse é o governo, ao lado do norueguês, “garante” das negociações de paz na Colômbia. Para ser coerente, o governo Cubano deveria no mínimo abrir negociações de paz com os dissidentes… cuja dissidência não poderia ser mais justa, após décadas de repressão comunista!

É com razão que largos setores da opinião pública colombiana estão francamente descontentes e desconfiados, conforme me informou há pouco um membro do Centro Cultural Cruzada, entidade co-irmã do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, que atua naquele país. Pois quem tem Cuba como amiga… precisa de inimigos?

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