quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Por que o uso do solo na Amazônia...

... é extensivo? (I)


O Inst. Nac. de Pesquisas Espaciais e a EMBRAPA divulgaram dias atrás o resultado do projeto TerraClass que mapeou os usos das áreas já abertas no bioma Amazônico.


De acordo com o estudo 18% do bioma foram desmatados e estão hoje ocupados com algum tipo de agricultura, enquanto 62% das áreas abertas, por pecuária.


Participaram do anúncio desses dados a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aluízio Mercadante e o diretor do INPE, Gilberto Câmara.

Para Câmara, os números mostram "que a pecuária ainda hoje é extensiva e precisa de políticas públicas para se intensificar e usar a terra que foi roubada da natureza. Não é, nem do ponto de vista econômico, um uso nobre das áreas."


A Ministra Izabella engrossou o coro, ao afirmar que "está provado que a agricultura anual, consolidada, não é a responsável pelo uso das terras desmatadas da Amazônia". (...) "nós temos que ter políticas para dar eficiência, aumentar a produtividade da pecuária e dirigir essas terras que já estão destinadas para a pecuária com baixo uso para a produção agrícola."

Para Ciro Siqueira, que vive na Amazônia, as palavras da Ministra são espantosas. Durante seus trabalhos na Amazônia Ciro o Seu Afonso Vieira Simões.


Seu Afonso foi para a Amazônia nos anos 70, comprou um naco de terra e recebeu um documento do antigo IBDF (antecessor do Ibama) autorizando o desmatamento de 50% da área conforme permitia a lei da época.


Seu Afonso desmatou e plantou pasto. Nos últimos anos Seu Afonso transformou seus velhos pastos em área agrícola. Uma das fazendas de maior potencial produtivo que Ciro afirma conhecer. Sabe o que aconteceu?

O Ibama, subordinado ao Ministério da Dona Izabella Teixeira, apareceu lá um dia, não encontrou os 80% de Reserva Legal exigidos pela lei hoje, multou o Seu Afonso, embargou a área agrícola e apreendeu toda a soja que estava armazenada nos silos da fazenda. (Continua)

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