sexta-feira, 4 de maio de 2012

Dilma: assine do jeito que está




Vontade da maioria


Possibilidades: o governo veta o Código todo e abre uma crise sem precedentes nem subsequentes previsíveis; veta parcialmente e edita uma MP recuperando o artigo sobre a obrigatoriedade de reflorestamento nas margens dos rios; simplesmente aceita o resultado.

A julgar pelo que se diz, a probabilidade maior seria a do veto parcial com a edição da MP para dar eficácia imediata ao ponto que teria agradado ao Planalto ver aprovado. Problema resolvido? 

A própria manifestação de Gilberto Carvalho, indicando que Dilma examinará “com cautela” a decisão a ser tomada, sinaliza que a solução não é tão fácil assim.

O recurso à MP não tem o condão de transformar em vitória um assunto em que o governo só colecionou derrotas

Isso sem nem considerar que a mudança no rito nas MPs determinada recentemente pelo STF, reafirmando o preceito constitucional da exigência da manifestação do Congresso sobre a urgência ou relevância da medida, ainda criaria dificuldade adicional ao governo. 

Se editada, quando fosse à votação, a MP enfrentaria a mesma correlação de forças expressa nas votações anteriores. Ou seja, seria rejeitada ou inteiramente modificada para se adequar à escolha já feita pelo Parlamento.

Por isso é que até no PT há quem enxergue “exagero ambientalista” por parte do Planalto — uma vez que a legislação brasileira nesse aspecto é por si garantidora da preservação ambiental — e considere que o melhor a fazer no momento seria a presidente da República aceitar o resultado e não mexer mais no assunto.

Fonte: OESP, 27/4/2012 - Dora Kramer

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