domingo, 31 de maio de 2009

A safra agropecuária, a “crise” e Aristóteles (I)

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O bem não faz barulho e
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o barulho não faz bem
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Muitos leitores do GPS do Agronegócio estarão se perguntando pelo “balanço” da safra do ano passado, o que vem acontecendo com a cadeia produtiva do agronegócio, que caminhava tão bem até o final de 2008.
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Segundo o perito Helio Brambilla, de Paz no Campo, os alquimistas da atual crise financeira, talvez acostumados com o elixir polivalente que diziam existir na Rússia comunista – o qual tinha o condão de curar desde unha encravada até câncer –, querem mudar o mundo:
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– Livrando-se da herança do Presidente Bush, fonte de todos os males;
– Diminuindo a produção e, com isso, o tão propalado “aquecimento global”;
– Estabelecendo uma moeda global que seria uma panacéia.
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É verdade que muitos empresários, que apostavam no ganho fácil das especulações, literalmente “caíram do cavalo”. O mesmo se deu com governantes que faziam promessas messiânicas e se vêem agora acuados pela recessão, pelo desemprego e pela queda na arrecadação de impostos, entre outros desafios.
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No Brasil, concretamente, em quais setores a “crise” se propagou? As grandes cidades brasileiras que vivem da atividade bancária, industrial, comercial e da prestação de serviços vêm padecendo de desemprego em razão da desaceleração acentuada do crescimento, apesar do matraquear da propaganda oficial do PAC.
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Em nossos campos, onde atua o agronegócio, a situação é diferente, e até bem diferente. A revista “Globo Rural” chegou a fazer uma edição especial para o Agrishow de Cascavel (PR), hoje o maior da América Latina e o primeiro no cronograma de exposições em 2009.
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Seu editorial assim se expressou: “O show rural Coopavel servirá de termômetro para medir os ânimos dos produtores e as perspectivas para o campo no decorrer de 2009. (...) O setor agropecuário tem tudo para atravessar a tempestade sem sofrer perdas irreparáveis, e não há nenhum otimismo ingênuo aqui e nem poderia ser diferente, diante das óbvias nuvens escuras que a crise financeira plantou no horizonte de todas as nações do planeta”.
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Com efeito, o Show Rural teve um recorde de 183 mil visitantes, superando pelo segundo ano consecutivo o “pai” dos agrishows, de Ribeirão Preto (SP).
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Os similares de Não-Me-Toque (RS), Rio Verde (GO) e o Tecnoshow de Maracaju (MS) também tiveram os resultados almejados. Apenas o de Ribeirão Preto, em razão de uma disputa política referente à mudança do evento para a cidade de São Carlos, teve o seu desempenho um tanto prejudicado.
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Quanto às grandes exposições agropecuárias de Londrina, Campo Grande, Uberaba, Maringá e Goiânia, entre outras, os resultados, apesar da situação difícil do último trimestre de 2008 e de terem sido um pouco menores em alguns aspectos, superaram as edições anteriores.
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O conjunto das atividades do agronegócio encerrou 2008 com um recorde de exportações de U$ 70 bilhões de dólares, ficando o saldo positivo em U$ 60 bilhões de dólares. Alguém poderia objetar: – Por que o saldo geral do Brasil foi o mais baixo dos últimos anos, apenas U$ 20 bilhões de dólares?
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A razão foi o decréscimo de outros setores da economia, como o da badalada Petrobrás, que, apesar de ter sido usada para a reeleição do Presidente em 2006 com o slogan da auto-suficiência do petróleo, registrou em 2008 um vergonhoso déficit de U$ 13,4 bilhões de dólares.
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Cabe ressaltar, de passagem, que tal rombo poderia ter sido ainda maior se não fosse a ponderável ajuda do setor sucro-alcooleiro, que produziu o equivalente a 400 mil barris/dia de álcool combustível e chegou mesmo a superar o consumo de gasolina.
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O êxito do setor agropecuário só não foi maior pelos desacertos do governo federal. Em relação ao trigo, por exemplo, ao não garantir o preço mínimo combinado com os produtores e ainda importar o produto no exato momento em que a safra estava sendo colhida. Tais percalços fizeram despencar os preços, prejudicando muito os produtores.
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(Não deixe de ler a continuação da matéria em próximo post).
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