Calcário é um dos insumos mais baratos para fazer a calagem
Limeira, SP (DINO) 02/02/2017
Grande parte dos agricultores brasileiros está correndo o risco de
perder parte dos recursos investidos nas culturas em razão de adiar a calagem
dos solos.
A calagem favorece o desenvolvimento das raízes e facilita a
utilização dos nutrientes do solo e dos adubos pelas plantas. Estudo da Embrapa aponta que, em solos ácidos, plantas absorvem apenas 27% dos
elementos que integram o adubo.
No pH 6,5, o aproveitamento alcança 93,9%.O calcário é um dos insumos mais baratos para fazer a calagem. Corrige a acidez,
ampliando a absorção pelas plantas dos elementos presentes no adubo, este um
dos itens mais caros na planilha do campo.
O resultado final aponta ainda uma
colheita menor. “Em 2015, a agricultura brasileira deveria ter consumido mais de 50 milhões de toneladas
de calcário, mas ficou em cerca de 31 milhões”, afirmou o presidente da
Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), Oscar
Alberto Raabe.
Os dados do ano passado estão sendo apurados. A Abracal busca sensibilizar o governo sobre a divulgação da calagem junto aos
produtores. Documento enviado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) cita a questão.
Empresário e engenheiro agrônomo, Raabe contou que as pesquisas mostram que os
solos do Brasil são em geral muito ácidos – com pH menor que 5, numa escala em
que próximo de 7 é o ideal.
“A correção via calagem é uma prática indispensável para a obtenção de
colheitas abundantes em quase todas as culturas. Em muitos solos os rendimentos
de algumas culturas são tão baixos que, sem calagem, o seu cultivo se torna
economicamente inviável”, disse o presidente da Abracal.
Solos com pH menor que 7 são ácidos, e maior que 7, alcalinos. O semiárido do Nordeste é a única região com alcalinidade. No Brasil, predominam solos ácidos, sendo comuns os “muito ácidos” – pH entre 4 e 5,5.
As plantas preferem trechos levemente ácidos a neutros, com pH entre 6 e 7. ”Nesta faixa não ocorre toxidez de alumínio e manganês, a disponibilidade dos nutrientes minerais é mais equilibrada e a atividade dos microrganismos que dão vida ao solo é maior”, disse Raabe.
Em solo ácido, plantas absorvem mais alumínio e manganês. “Esses dois elementos, em excesso, agem como venenos para as plantas”, falou Raabe. Com pH superior a 5,5, não há toxidez de alumínio e a presença do manganês é rara.
Calagem, o início
O presidente da Abracal lembra que a agricultura eficiente conjuga várias práticas simultâneas. A primeira providência é a calagem, feita após análise do solo e sempre com acompanhamento técnico.
No Brasil, o corretivo mais viável economicamente é o calcário moído, que contém principalmente carbonatos de cálcio e magnésio. Incorporados ao solo, os corretivos reagem quimicamente e neutralizam as fontes de acidez. Após a calagem, o pH e os teores de cálcio e magnésio do solo aumentam. Quanto maior a quantidade de calcário aplicado, maior será o pH após a reação.
O grupo das leguminosas, como soja, alfafa, trevo e feijão, entre outras, é mais sensível à acidez que as gramíneas – arroz, milho, trigo e braquiária. Já nos solos muito ácidos todas as culturas se beneficiam com a calagem.
Fonte: Dino Divulgador de Notícias
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