quinta-feira, 10 de julho de 2008

Controle efetivo da Amazônia

Mato Grosso mata a cobra e mostra o pau

Para os matogrossenses, o Estado está virando orgulho nacional como o maior produtor de soja e por estar efetivando o controle brasileiro sobre a Amazônia. Para eles, enquanto os "gringos" e os "mauricinhos" do sudeste “maravilha” fazem “teatrinho” para salvar árvores, seus cidadãos produzem alimentos para salvar seres humanos.

A propósito de uma visita a Rondonópolis (MT) para a inauguração da fábrica de cerveja da Crystal, o jornalista Onofre Ribeiro relata: a indústria produzirá 250 milhões de litros de cerveja no primeiro ano e 500 milhões no segundo. Ao lado dela, a Facchini instalará uma indústria para construção de carrocerias. Um pouco além, encontra-se uma planta de processamento de alimentos.
x
Mais adiante, a indústria Agra vai implantar um abatedouro de suínos. Tudo somado, o montante aplicado passará de R$ 1 bilhão. Por sua vez, isso gerará uma quantidade de empregos qualificados hoje inexistente na cidade. Uma indústria de grande porte como as citadas não vem sozinha. Arrasta outras atividades afins que redundarão na verticalização industrial.
x
A Sadia acabou de anunciar investimentos de R$ 630 milhões na triplicação da sua produção de frangos em Campo Verde. Somados os investimentos da empresa em Mato Grosso, eles já ultrapassam R$ 1,5 bilhão. A Perdigão tem investimentos elevados em Nova Mutum, em empresas como a Frango Mantiqueira e Big Frango que têm investimentos anunciados na ordem de R$ 500 milhões em Primavera do Leste.
x
O que está acontecendo em Mato Grosso é o começo do ciclo da verticalização da produção primária, com a agregação de valor. O milho e a soja já não irão embora in natura. Serão transformados em ração, e esta em carne, que por sua vez será exportada com valor agregado, deixando renda, empregos e impostos.
x
É o ciclo virtuoso da fronteira tecnológica que sucederá ao de fronteira agrícola e ao do agronegócio. São setores muito abrangentes que se enquadram no ciclo da verticalização: o das carnes, dos grãos, dos biocombustíveis, dos negócios de madeira, da mineração, da energia elétrica e do turismo.

Por fim, o arguto jornalista desabafa. Enquanto apalpa os empreendimentos da iniciativa privada ele pensa na ação do Estado. Anos-luz os separam. Por fim, ele pergunta: Quem vencerá o embate pragmático?
x

Nenhum comentário: