quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Gaúchos começam a reagir

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AVANÇA, RIO GRANDE! (*)
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É conhecido o pensamento de um poema de Maiakóvsky, anticomunista, que foi mais tarde reproduzido em poema de Eduardo Alves da Costa:

“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim, e não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.”


Creio não ser preciso explicar o porquê da citação no contexto atual do agronegócio. Nunca o setor produtivo tinha sido tratado com tamanha hostilidade pelo governo, cujos agentes hoje investidos do poder vêem o agronegócio como uma atividade a ser reprimida, e não incentivada.

No momento, quando temos na esfera estadual uma correlação de forças comprometidas com a economia gaúcha, outras forças com estreita vinculação com o lado esquerdo do espectro político tentam impingir derrotas políticas e legais ao agronegócio e à sociedade gaúcha.

Basta prestar atenção na formação dos blocos políticos que hostilizam, agressivamente, o produtor rural, e reconhecer neles os mesmos agentes que hoje patrocinam feroz oposição ao governo estadual.

As ações do governo em favor da irrigação, da silvicultura, juntamente com a firmeza do Judiciário em punir as invasões de propriedades, são tachadas de fascismo político por grupos politicamente poderosos, que patrocinam abaixo-assinados na Internet e mascaram a realidade agressiva dos grupos criminosos que defendem.

Como se não bastasse toda a pressão política, soma-se a estes percalços o braço oficial da União, a serviço de interesses inconfessáveis. Uma nova determinação pretende obrigar todos os produtores rurais a ter 20% de suas propriedades na condição de “reservas legais”, sob o falso pretexto de preservar a integridade ambiental do bioma pampa. O mesmo bioma que é constantemente agredido por assentamentos rurais ociosos e improdutivos.

Todo este arcabouço legal está sendo montado para inibir a produtividade do agronegócio, em mais uma desesperada tentativa de promover uma curva descendente da produção, para ter alguma justificativa para criar mais e mais assentamentos.

Alguém em sã consciência imaginaria uma loja ser obrigada a manter 20% de suas prateleiras vazias, para não agredir o ambiente? No entanto, para o setor rural este tipo de disparate é normal, e até aplaudido.

Urge que a sociedade, a começar pelo setor rural, se mobilize e reaja. Antes que o mais frágil deles entre furtivamente em nossas casas e roube-nos a luz, como proclamou o poeta, e percebendo nosso medo, arranque a voz de nossa garganta.

Aí, então, terá sido tarde demais.

TARSO TEIXEIRA
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
(*) O presente texto foi resumido pelo BLOG
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