Homem não controla o clima,
diz professor
Esqueça tudo o que
falaram sobre efeito estufa e aquecimento global, para o professor da
Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e pesquisador do Inpe, Luis Carlos
Baldicero Molion, nada disso existe.
"Não existem
mudanças climáticas atualmente, o homem não controla, absolutamente o clima
global. Na verdade, vai haver um ligeiro esfriamento global nos próximos 15
anos", declarou Molion na manhã desta terça-feira (3), no segundo e último
dia do Fórum de Sustentabilidade, promovido pela Folha.
Polêmico, o professor
prega que os modelos climáticos usados pela maioria dos ambientalistas e
climatologistas estão errados. Com isso, todas as projeções de aumento de
temperatura "são fictícias", segundo Molion.
O professor usa o
exemplo do gás carbônico, cuja emissão é criticada pela maioria dos
ambientalistas. De acordo com Molion, o mundo natural – plantas, animais, o mar
– jogam, por ano, 200 bilhões de toneladas de CO2 no ar; a ação humana, no
entanto, é responsável por "apenas 7 bilhões" de toneladas.
"O gás carbônico
não controla o clima global, não faz sentido essa discussão toda em cima da
emissão de gás carbônico. Ele não é um vilão, não é tóxico, é o gás da vida. Se
acabasse o gás carbônico, acabariam as plantas", fala Molion.
O professor mostrou
que, apesar da emissão do gás ter aumentado, a temperatura tem se mantido nos
continentes. Segundo dados de satélite, a temperatura dos trópicos tem oscilado
entre 1,5 grau positivo e 1,5 negativo desde 1979; os números desta medição
mostram, inclusive, que desde 2007 a temperatura média dos trópicos vem caindo,
mesmo com o aumento da emissão dos gases.
Molion vai ainda mais
além desta tese. "Quanto mais CO2 na atmosfera melhor. Alguns estudos
mostram que se dobrar o gás carbônico, as plantas aumentarão de produtividade.
Reduzir as emissões é gerar menos energia elétrica é aumentar miséria e
desigualdade no planeta", diz o professor.
Para ele, o efeito
estufa não existe e "é uma forma de neocolonialismo" dos países mais
ricos, uma vez que há uma pressão para que os países em desenvolvimento
diminuam a emissão do CO2. "O efeito estufa nunca foi provado
cientificamente.
O protocolo de Kyoto indica que os países precisam reduzir
5,8% das emissões de gases, o que significa 0,3 bilhão de toneladas, um número
pequeno demais".
TERRA FRIA
Na contramão da
opinião científica, o professor afirma que o planeta está esfriando e não
esquentando. Segundo Molion, a Terra já passou por quatro períodos quentes,
alternados com outros mais frios. "O mundo está resfriando, o sol tem
ciclo de 100 anos, ele já está 'no mínimo' desde 2008, o que leva os oceanos a
esfriar."
Dados apresentados
pelo professor indicam que a temperatura do Pacífico oscila entre quente e fria
e, desde 2010, passa por um esfriamento. Para ele, os cientistas não conseguem
observar tais dados pois falta a eles modelos corretos de análise dos mares.
"A lua influencia as correntes marinhas, as placas tectônicas também, os
modelos não levam isso em conta. Medir a maré é quase impossível".
Molion afirma que
esse "esfriamento global" já aconteceu no século 20, entre 1943 e
1978, quando a temperatura do Pacífico esfriou como ele vê acontecendo agora.
"Foi uma época ruim para São Paulo, as chuvas no Estado, e também onde
fica o sistema Cantareira, foram reduzidas."
Os números, no entanto, não
batem com outros dados mostrados por Molion nesta mesma apresentação, quando
mostrou que, entre 1941 e 1950, década que teve 78 "tempestades
severas" notadas em São Paulo.
"Catástrofes
sempre existiram, esteja o clima quente ou frio", sentencia. "O clima
varia por causas naturais. Afinal, se soubéssemos com certeza para onde o clima
vai, para que existem os climatologistas?", brinca Molion. Para ele, a
teoria do aquecimento global já é tão enraizada entre os cientistas que é bem
difícil um pesquisador procurar algo diferente.
De fato, Molion tem
posições extremamente diferentes da comunidade científica. Segundo o professor,
o degelo do Ártico e do Antártico "não está acontecendo". O Ártico,
mostra Molion a partir de dados de satélite, tem uma variação na cobertura de
gelo desde 1979.
"Desde 1979 o gelo começou a cair, em 1995 atingiu o
mínimo, se recuperou um pouco, em 2007 voltou a cair, mas atingiu a sua mínima
em 2012. Os dados mostram que o gelo já está voltando a subir desde
então".
Na Antártica a
situação é mais otimista. De 1979 para cá, o gelo só tem aumentado. "A
Antártica vem ganhando 60 bilhões de toneladas de massas de gelo por ano".
Assim, a maré não está aumentando.
Mesmo com posições díspares
do discurso ambientalista estabelecido, Molion não se diz contra a preservação
do ambiente. "Não é porque acho que o homem não impacta na temperatura da
terra que eu não defenda a conservação ambiental. Eu defendo a conservação,
porque é de extrema importância para a humanidade."
Portal Folha de São Paulo
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