Numa ida à padaria, quatro bandidos,
muitas facadas
por Percival Puggina. Artigo
publicado em 14.12.2017
Embrenhou-se na selva porto-alegrense para a arrojada tarefa de comprar pão na padaria da esquina. Saiu desarmado, como manda a imprudente lei. E não voltou para casa.
O professor foi dali para o hospital,
com múltiplas facadas desferidas, simultaneamente, por quatro homicidas que
fugiram levando algum troco e um celular. Desde sábado está entre a vida e a
morte.
Não preciso da investigação para
saber que as quatro bestas humanas têm uma ficha criminal mais comprida do que
a tolerância da legislação brasileira.
Ninguém ingressa no banditismo
atacando um idoso a facadas em rua central da cidade. Não, esses monstros
receberam da lei penal, do sistema penitenciário, dos "direitos
humanos", dos filósofos e dos aplicadores do garantismo penal, dos
partidos de esquerda adversários declarados da atividade policial, todo o tempo
e toda a indulgência necessários para se desenvolverem em suas carreiras.
São apenas quatro entre centenas de
milhares que respondem por milhões de furtos e roubos, notificados e não
notificados e por mais de meio milhão de homicídios anuais.
Não se chega a esses números sem
deixar verdadeira multidão de criminosos liberados para ações repetitivas, não
raro após audiências de custódia nas quais tudo recomenda conceder a
preventiva.
Mas a conveniência da sociedade,
vulnerável e indefesa, nada pode contra os inalienáveis direitos dos
criminosos.
O professor foi atacado com
silenciosas armas brancas, que não fazem alarde, não acionam a polícia e não
despertam nenhuma câmera de celular.
E dão prova de que o desarmamento da
população ordeira pressupõe uma tolice: a de que os crimes são cometidos pelas
armas e não por quem tem a intenção de usá-las para o mal.
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