segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ação da natureza e atividade humana

Não há proporção alguma



Erupção do vulcão Mount Saint Helens,
Washington, 18-05-1980.

Não há proporção alguma entre a ação humana e a atividade da natureza: tal evidência é contestada pela irracional suposição de que é o homem quem determina, em pelo menos alguns pontos decisivos, a evolução do clima e a atividade da Natureza.


Esta superestima professada pelo ambientalismo apocalíptico - de si mesmo - parece tocar na patologia. Mas, é preciso ver nela um instrumento hábil para passar uma ideologia que, se fosse exposta racionalmente, o bom senso a recusaria.

O Prof. José Carlos Almeida de Azevedo, ex-reitor da UnB, tratou com autoridade os aspectos científicos desta problemática em recente entrevista concedida à revista "Catolicismo".


Reproduzimos aqui alguns excertos da momentosa entrevista:

Catolicismo — Qual a proporção da ação humana na ação da natureza?

Prof. Azevedo — Nenhuma. A natureza está aí dessa maneira, e deve continuar do mesmo jeito ainda por muitos milhões de anos. Depois tudo vai desaparecer. Tudo veio do sol. O petróleo veio do sol, pela decomposição da matéria orgânica. O CO2 influi no clima? Provavelmente sim. Tudo influi no clima.

Catolicismo — O Sr. poderia falar sobre o efeito do CO2 e o efeito estufa?

Prof. Azevedo — São duas coisas diferentes. Primeiro, o nome efeito estufa é tecnicamente errado.Eles usam essa denominação para chamar a atenção das pessoas, tentando estabelecer uma correlação entre o que se passa na atmosfera e o que ocorre dentro de uma redoma de vidro, onde se colocam plantas para se manterem a uma determinada temperatura.
Na atmosfera não existe o vidro, o ar é livre. Os alarmistas então levantaram a hipótese de que a radiação vai lá para cima e se reflete. Isso não tem nenhuma fundamentação científica.
O CO2 influi? Sim, mas influi quanto? Os combustíveis fósseis emitem por ano seis ou sete bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Mas os mares emitem 90, é uma desproporção fantástica entre uma coisa e outra. As plantas emitem uma quantidade quase igual. Os cupins emitem uma quantidade enorme de metano.

Catolicismo — Pode-se afirmar que o CO2 é necessário para a vida na Terra?

Prof. Azevedo — Toda a vida na Terra depende do CO2. Toda matéria orgânica possui carbono. O carbono existente apareceu por processos geológicos, ou está enterrado nas rochas e nos mares. As plantas absorvem o CO2. Sem CO2, as plantas não crescem.

Catolicismo — Fala-se muito da Amazônia. Qual é a real repercussão do desmatamento da Amazônia sobre o clima global?

Prof. Azevedo — Aparentemente nenhum.

Catolicismo — Foi publicado que uma das causas da chuva da Amazônia é a areia proveniente do deserto do Saara.

Prof. Azevedo — Ela vem do Saara, que já foi uma floresta e possuía rios caudalosos. O clima muda muito, e muda sempre. E continuará mudando sempre.

Catolicismo — O ser humano tem possibilidade de mudar o clima?

Prof. Azevedo — Não tem, porque a ordem de grandeza é fantástica.

O homem precisa descobrir maneiras de conviver com a mudança do clima. As grandes migrações humanas ocorreram, em primeiro lugar, por causa do clima. Assim, as que ocorreram na Pérsia, na civilização acadiana (Mesopotâmia), as que ocorreram na meso-América e tudo o mais.
O clima mudou, a temperatura subiu não sei quantos graus, as águas foram embora, escoaram para outro lugar. E as populações mudaram e passaram a conviver com outro clima.
Se não houvesse alterações no clima, todos nós, ainda hoje, estaríamos morando na África. Toda a humanidade estaria vivendo lá. E atualmente esse continente, em parte, é um deserto.


Fonte: "As questões climáticas e os “eco-alarmistas”, Catolicismo, setembro 2009.

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