Tira-gosto chinês: unha de galinha zumbi
Luis Dufaur (*)
Consta que a polícia chinesa tenha desmantelado uma rede que
vendia pedaços de galinha – principalmente os pés, muito apreciados no país
como aperitivo – velhos de 50 anos, noticiou o jornal “ABC” de Madri.
A descoberta aconteceu na cidade de Nanning, no sul da China. Teriam
sido apreendidas 20 toneladas de pés-de-galinha congelados de modo precário e vencidos
havia 46 anos nos casos mais extremos – portanto, desde os anos 60 do século
XX.
O “achado arqueológico” foi objeto de muitas ironias nas redes
sociais chinesas, já acostumadas com notícias de alimentos estragados de toda
espécie distribuídos pelo governo ou com sua cumplicidade.
A ironia é o recurso que resta aos infelizes chineses,
condenados pelo regime a beber e comer produtos suspeitos. Os internautas
cunharam o termo “unha de galinha zumbi” para essa proeza da alimentação
socialista.
Esses petiscos foram armazenados em plena Revolução Cultural e
acarretaram enorme despesa com frigoríficos. Provavelmente fizeram parte de
lotes de alimentos seletos destinados a líderes comunistas, enquanto o povo não
tinha o que comer.
Segundo o “China Daily”, jornal do governo, esses produtos nem
existiam na China da Reforma Agrária e foram importados ilegalmente de países
vizinhos como o Laos e o Vietnã, que naqueles tempos eram livres e tinham
alimento para vender.
Alguns lotes estavam conservados em peróxido de hidrogênio,
substância ilegal que dá ao alimento um aspecto “recente”, sublinharam os
responsáveis da segurança alimentar de Nanning.
Se a Reforma Agrária socialista e confiscatória tivesse sido
imposta ao Brasil – como o foi na China e em todos os países comunistas –
estaríamos ingerindo produtos como os oferecidos ao povo chinês!
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