Campo, câmbio e tecnologia
Pelo
menos um setor, o agronegócio, pode exibir bons resultados num ano desastroso
para o comércio exterior brasileiro.
Chegaram a US$ 47,3 bilhões entre janeiro
e julho, cerca de 12% mais que um ano antes, as vendas externas de soja e
derivados, carnes in natura, café, milho, fumo, couro, suco de laranja e
algodão.
Estes são apenas os produtos principais. Um levantamento mais
detalhado apontaria um faturamento maior, mas basta essa verificação incompleta
para mostrar o contraste entre as exportações de base agropecuária e as vendas
de manufaturados, no valor de US$ 50,69 bilhões, apenas 0,4% maior que as de
igual período de 2012.
Sem as commodities, e, de modo especial, sem as do
agronegócio, o saldo comercial acumulado em sete meses seria bem pior que o
déficit de US$ 4,99 bilhões apontado nas contas oficiais.
A busca
da produtividade continua. Grande parte
do investimento privado deste ano, apontado pelo governo como um dado altamente
positivo, foi realizada pela agropecuária, mas este detalhe é raramente
ressaltado.
Enquanto a produção de veículos leves entre janeiro e julho foi
5,2% maior que a de igual período de 2012, a de caminhões pesados ficou 43,9%
acima da registrada um ano antes, segundo os últimos dados da associação das
montadoras, divulgados ontem.
A boa safra de grãos e oleaginosas é uma das
principais explicações desse resultado — provavelmente a principal. As vendas
de máquinas agrícolas automotrizes de fabricação nacional aumentaram 28,6% na
mesma comparação.
Esse vigor é resultado de ações de longo alcance, muito
diferentes das políticas imediatistas e eleitoreiras dominantes em Brasília nos
últimos anos.
OESP, 7/8/2013
Notas & Informações
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