ONU vem conhecer territórios quilombolas
por Portal Brasil Divulgação/MDA
Comunidades quilombolas são
grupos étnicos predominantemente constituídos pela população negra rural ou
urbana que se autodefinem a partir das relações com a terra
A política de regularização fundiária
para comunidades quilombolas foi apresentada a uma delegação da ONU durante
visita à sede do Incra, em Brasília. A comitiva internacional
permanecerá no Brasil até o dia 24 numa missão cujo objetivo é avaliar a
situação dos direitos humanos das minorias – entre elas os ciganos e os
quilombolas – que vivem no País.
No encontro, a presidente do INCRA,
Maria Lúcia Falcón, explicou que o instituto foi criado há 45 anos para atuar na redistribuição de
terras aos pequenos agricultores.
Somente
em 2003, com a edição do Decreto Presidencial 4.887, que o órgão passou a ter
responsabilidade de também atuar na regularização de territórios quilombolas.
"A Autarquia tem destinado
esforços nesta tarefa e alcançado resultados positivos diante do enfrentamento
cotidiano de setores conservadores que buscam a concentração fundiária",
disse a presidente, complementando que muitas das conquistas estão relacionadas à implantação,
em 2013, da Mesa Permanente de Diálogo Quilombola.
A Mesa possui representação da
Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (Conaq) e de todos os órgãos
federais envolvidos no tema. "As reuniões acontecem a cada dois meses e
delas saem os encaminhamentos para planejar ou mudar ações anuais voltadas ao
setor quilombola", explicou.
Isabelle informou que existem 1.516 processos abertos no Incra
para regularização de territórios, 194 estudos antropológicos publicados – que
é o primeiro passo para o processo de regularização – e 189 títulos concedidos,
isto é,1,33 milhão de hectares definitivamente devolvidos ao povo quilombola.
Como é a
regularização
As comunidades quilombolas são grupos
étnicos predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana que
se autodefinem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a
ancestralidade e as tradições e práticas culturais próprias. Estima-se que em
todo o País existam mais de três mil
comunidades quilombolas.
Para que seus territórios sejam
regularizados, as comunidades devem encaminhar uma declaração na qual se
identificam como comunidade remanescente de quilombo à Fundação Cultural
Palmares, que expedirá uma Certidão
de Autorreconhecimento.
A fase final do procedimento
corresponde à regularização fundiária, com a retirada de ocupantes não
quilombolas por meio de desapropriação com o pagamento das benfeitorias e a
demarcação do território.
Ao final do processo, é concedido um título
coletivo de propriedade à comunidade em nome da associação
dos moradores da área e feito seu registro no cartório de imóveis.
O
título é coletivo, inalienável, indivisível, imprescritível e entregue sem ônus
para a comunidade.
Fonte: Incra
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