Prisão de federais por indígenas e ameaças de novas
invasões aumentam tensão na região do Nabileque, no Pantanal
Em nota oficial, a Associação dos
Criadores de Mato Grosso do Sul - Acrissul tomou a defesa dos
proprietários rurais de Nabileque, no Pantanal, ao denunciar indígenas promovendo
incursões em propriedades nas redondezas da fazenda Baía da Bugra, a fim de forçar
produtores rurais a abandonarem a região e retirar o gado.
O clima de tensão aumentou muito
durante a semana quando ontem houve perseguição e prisão de dois policiais
federais que estavam em diligência nas proximidades. A entidade ruralista prometeu
interferir na questão e cobrar duramente das autoridades a defesa do direito de
propriedade.
Cacique com página no Facebook
A empáfia desses índios manipulados é
tanta que o cacique Joel Vergílio Pires
publicou em sua página no Facebook imagens da prisão dos
federais, exibindo como troféu suas armas e distintivos, tudo acompanhado de um
texto desafiando as autoridades:
“Estão aqui polícias federais
presso com os guerreiro kadweu só saian da qui com a presença da empresa (seria imprensa?), ministério
público e funai”.
As imagens e o texto foram depois
deletados da página, mas o conteúdo já havia se espalhado pelas redes sociais. Para
vários veículos da imprensa, a FUNAI informou que o ocorrido não tinha passado
de um mal-entendido.
Pleno conhecimento e consentimento
Na verdade, o conteúdo do texto publicado
pelo cacique em sua página do Facebook deixa claro que ele tinha plena
consciência de que havia capturado e mantido em cárcere privado dois agentes da
Polícia Federal.
Segundo informações da própria PF os
agentes estavam realizando diligências na região quando foram surpreendidos
pelos indígenas. Os agentes já foram liberados e a PF vai abrir inquérito para
investigar a responsabilidade de cárcere privado.
Informações dos ruralistas de
Nabileque, 426 km de Campo Grande, mostram que já são cinco fazendas
invadidas e outras 12 sob ameaça constante de invasão.
Apesar de promessas feitas pela FUNAI
à imprensa, de que os indígenas sairiam da região no dia 24 de novembro último,
até o momento eles continuam lá.
A nota da Acrissul salienta ainda que
de fato foi utilizada uma viatura do Ibama numa das invasões feitas pelos
indígenas. Consta a presença de pelo menos 130 invasores na região ameaçando
os produtores rurais.
Entenda a questão
A etnia kadiwéu ocupa a maior reserva indígena já demarcada pela Funai em
Mato Grosso do Sul – são 375 mil
hectares.
Em 1984, a Funai
decidiu por meio de portaria reavivar divisa, mudando o traçado de um rio para anexar mais 154 mil
hectares à reserva, tirando das propriedades escrituradas, que pagam impostos
e produzem. Desde então, a região tornou-se campo de uma demanda judicial
envolvendo os produtores.
Segundo dados oficiais, a etnia
kadiwéu na reserva no Nabileque – maior que muitos países europeus – conta no
máximo com dois mil índios.
Fonte: Assessoria da Acrissul
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