Pés e coração
·
Hélio Dias Viana
“Certamente a pauta de costumes não será a prioridade
[…]. A prioridade é a pauta econômica, e vai ser por um bom tempo, até pela
crise que o Brasil vive até hoje.”
A declaração acima, publicada por O
Antagonista, é de Rodrigo Maia, presidente da Câmara de Deputados.
Ela é uma rotunda recusa em admitir o
óbvio: que a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência não se deveu
principalmente ao péssimo estado da economia, herança maldita do PT, mas a
outra herança dele, muitíssimo pior: a total debacle dos valores morais, que
Bolsonaro prometeu resgatar.
Um exemplo de tal debacle é a própria
declaração de Rodrigo Maia, que, além ignorar o fato de que não pode haver uma
economia sólida sem bons costumes, denota a sua determinação de que não quer
contribuir para o reerguimento do Brasil, pois, para isso, precisaria mudar o
próprio modo equivocado de pensar.
Se fosse somente ele a ver as coisas
assim, a situação não estaria tão ruim. Acompanha-o, entre outros, Raquel
Dodge, Procuradora Geral da República, que em nome da liberdade de expressão
erigida em valor supremo, não hesitou em pedir ao STF a supressão de uma ordem
judicial ordenando a retirada da Bienal do Livro no Rio, de publicações
libidinosas altamente nocivas às crianças.
Em uma nação bem constituída, a
economia são os pés, e a moral e os bons costumes, o coração. Se o presidente
Bolsonaro, atendendo ao clamor da opinião pública que o elegeu, quiser que o
Brasil de fato ande e progrida, não poderá descuidar do coração da Pátria
amada, cujos filhos não fogem à luta.
Fonte: Agência Boa Imprensa
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