“Cortar cana virou "trabalho escravo” ?
Em relatório de 84 páginas, o Departamento de Estado norte-americano afirma que o Brasil fez 'modestos esforços' para enquadrar crimes de tráfico humano para trabalho forçado e exploração sexual.
O documento põe no banco dos réus em termos mais rigorosos a Tailândia, China, Bangladesh, Índia e Malásia. O Brasil ficou num grau intermediário entre os casos mais leves e os mais graves.
Uma das conclusões do relatório é que o crescimento de países como o Brasil vem sendo feito à custa da exploração de trabalhadores que seriam utilizados em usinas de produção do etanol.
Sobre o suposto ‘trabalho escravo’, o estudo revela que a metade das vítimas ‘libertadas’ (sic) em 2007 foi localizada em canaviais que contribuem para o explosivo crescimento da produção de etanol.
O relatório cobra o Brasil pelo fato de não informar os casos de investigação e prisão de responsáveis.
À guisa de resposta, Itamaraty passa recibo!...
Em vez de protesto enérgico do Brasil, o Itamaraty passou recibo. Sua assessoria de imprensa informou que o governo brasileiro vem apurando as denúncias sobre ‘trabalho escravo’ e violação de direitos humanos.
E mais. Que os dados do Ministério do Trabalho mostram que aumentou significativamente o número de trabalhadores resgatados de situações de trabalho análogas à escravidão.
Este Blog observa e pergunta:
O relatório mistura tráfico para prostituição e tráfico para trabalho forçado... A quem interessa a auto-acusação do Itamaraty? Desde quando cortar cana virou trabalho escravo? A quem interessa que o Brasil não desenvolva suas potencialidades?
Fonte: OESP, 05/6/2008 (Gabriel Manzano Filho e Odail Figueiredo)
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