quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Livro "Tribalismo Indígena" repercute


CÂMARA DOS DEPUTADOS
Sessão: 301.2.53. Hora: 14:04 Data: 03/12/2008
Orador: LAEL VARELLA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em uma feliz coincidência, subo a esta Tribuna na festa de São Francisco Xavier, patrono dos missionários – o Beato José de Anchieta encontra-se entre eles – que levaram a boa nova do evangelho aos quatro cantos do Novo Mundo bem como do Oriente. Sob os auspícios desses heróis e santos venho alertar esta Casa para a ação demolidora, tanto no campo das idéias como no dos fatos, dessa obra de verdadeiros gigantes da humanidade.

Preocupado com o Brasil de hoje e, sobretudo com o Brasil de nossos filhos e netos, moveu-me trazer para a consideração dos nobres pares a apreensão de largos setores da sociedade brasileira em relação à verdadeira avalanche demarcatória de terras indígenas em curso no País. Com efeito, enormes extensões de terras vêm sendo demarcadas como reservas indígenas e quilombolas, com a posterior expulsão de seus legítimos proprietários muitas vezes nelas radicados há várias gerações.

Tais políticas, Sr. Presidente, vêm irrompendo no País com o característico odor rançoso da luta de classes e de raças que nos faz lembrar o nazismo e o comunismo. Trazem elas em seu bojo a indesejada divisão de nossa sociedade em brancos, negros, índios e mestiços, fragmentação esta que esfacelará para sempre a harmonia social reinante, virtude brasileira invejada por povos da Terra inteira.

Dados oficiais nos informam que as áreas indígenas já delimitadas representam 13% do território nacional. Isso corresponde a 1,1 milhões de quilômetros quadrados para uma população estimada em 250 mil indígenas na área rural! Ou seja, o dobro da área do nosso Estado de Minas Gerais (586.523 km2 para 19,6 milhões de habitantes) ou mais de onze vezes o território do Estado de Santa Catarina.

E, pelo que tudo indica, tais demarcações parecem estar longe do fim, pois o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva acaba de anunciar mais 129 áreas a ser demarcadas até o final do seu mandato, em 2010.

Dentre os muitos conflitos indígenas que convulsionam o Brasil de hoje, encontra-se a reserva indígena Raposa/Serra do Sol, no Estado de Roraima, extremo norte do Brasil, na fronteira com a Venezuela e a Guiana Inglesa. E a FUNAI anunciou, agora em julho (2008) a demarcação no Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, de novas reservas que, segundo alguns, poderão alcançar 12 milhões de hectares de terras férteis e produtivas.

Várias dessas demarcações se encontram em áreas fronteiriças. Se levarmos em conta que existem as mesmas reivindicações do lado de lá, nos países vizinhos, deparamo-nos com a propalada artimanha da formação de um bloco de nações indígenas independentes.

O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira já advertia em 1987, por ocasião da elaboração da Constituição que ao adotar concepção hipertrofiada dos direitos dos índios, abria-se caminho para o reconhecimento de uma como que soberania aos vários agrupamentos indígenas.

As políticas governamentais envolvendo os ditos sem-terra, índios e negros transcendem os simples conflitos de terras. No momento em que o Supremo Tribunal Federal julga ação civil pública impetrada pelo Governo de Roraima sobre a demarcação de terras contínuas ou não para os índios daquele Estado, envolvendo questões relativas à propriedade privada, o que está em apreço e o que se julga na verdade, Sr. Presidente, é o embate entre duas civilizações.

Há 30 anos o Brasil tomava conhecimento, entre perplexo e atônito, da existência de uma corrente de missionários contrária à catequização e à civilização dos índios. Segundo ela, os silvícolas deveriam permanecer no seu primitivismo, caracterizando o tipo humano ideal do terceiro milênio. E não haveria mais lugar para missionários como o Beato José de Anchieta, alvo de suas injustas e pesadas críticas.

Para infelicidade nossa, a revelação de Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro Tribalismo Indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI (1977), que teve sete edições e 76 mil exemplares de tiragem, não foi levada em conta por nossas autoridades ao longo dessas décadas, e os resultados aí estão: nossa soberania ameaçada e a convivência social harmônica entre nós, comprometida.

Sr. Presidente, diante da ameaçadora revolução tribalista em andamento, o Movimento Paz no Campo acaba de lançar o livro que tenho em mãos: Tribalismo indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI 30 anos depois Ofensiva radical para levar à fragmentação social e política da Nação. Pela gravidade e acuidade da matéria tratada, o livro merece atenção especial dos nobres colegas bem como de todos brasileiros.

Em sua Parte I, o livro traz a reedição completa da denúncia de Plínio Corrêa de Oliveira sobre a doutrina e o método de conspiração da corrente de neomissionários contrária à catequização e à civilização dos índios que hoje insuflam a revolução tribalista em todo o País. Na Parte II, os jornalistas Nelson Ramos Barretto e Paulo Henrique Chaves com fatos de Roraima, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina mostram a devastação levada a cabo pela revolução indigenista nos últimos 30 anos.

Muitas outras verdades apontadas na obra mereceriam ser ressaltadas aqui, mas por amor à brevidade vou encerrar minhas palavras apelando para a direção desta Casa Legislativa e de meus pares no sentido de atentar bem para a denúncia do livro Tribalismo Indígena, e que seu alerta sirva de baliza não apenas para as áreas mais atingidas, mas para todos os brasileiros diante dessa verdadeira revolução tribalista em curso.

Tal apelo não poderia deixar de se estender no momento aos Exmos. Srs. Ministros do Supremo Tribunal Federal sobre os quais recai a incumbência de restabelecer a segurança jurídica do País e garantir o direito de propriedade aos seus cidadãos, fundamentos indispensáveis para que o Brasil prossiga nas vias da civilização cristã.

Tenho dito.
Fonte: Câmra dos Deputados/3/12/2008

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