sexta-feira, 19 de março de 2010

"É melhor queimar o decreto" (IV)

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(Final)
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Comissariados do povo
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O passo seguinte deve ser a formação de mecanismos "de ação coordenada entre os diversos conselhos de direitos, nas três esferas da Federação, visando à criação de uma agenda comum".
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Quem coordenará os conselhos e articulará as políticas? O caráter "transversal" dos direitos humanos - uma das joias linguísticas do decreto - mistura numa geleia geral todas as classes de atividades.
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Daí a proposta de "fomentar o debate sobre a expansão de plantios de monoculturas que geram impacto no meio ambiente e na cultura dos povos e comunidades tradicionais, tais como eucalipto, cana-de-açúcar, soja, e sobre o manejo florestal, a grande pecuária, a mineração, o turismo e a pesca".
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Tudo isso seria engraçadíssimo, se não fosse o esboço de um controle absoluto sobre decisões econômicas extremamente complexas.
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Com a mesma singeleza, os autores do decreto propõem "garantir a aplicação do princípio da precaução na proteção da agrobiodiversidade e da saúde, realizando pesquisas que avaliem os impactos dos transgênicos no meio ambiente e na saúde".
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Não há nenhuma novidade no princípio de precaução. Novidade será a instalação de um comissariado do povo para controlar a pesquisa.
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Já se tentou o comando ideológico da Embrapa, no primeiro governo do presidente Lula.
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Não deu certo, assim como não deu certo a primeira tentativa de instituir um comissariado para controle da imprensa.
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Mas os planos, como se vê, não foram enterrados.
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Fonte: OESP, 18/3/2010
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