segunda-feira, 21 de abril de 2014

Novidade em invasão: "Ocupação Amarildo"


Ainda há juízes em Florianópolis


Nem sabia que há essa modalidade: juiz agrário. Tive o prazer de ver, na TV, o juiz agrário Rafael Sandi, jovem, objetivo, seguro cumpridor da lei, tratar da invasão que vagabundos do esquerdismo fizeram na área de Canasvieiras, em Florianópolis, a tal de "Ocupação Amarildo" (nome que nada tem a ver com Floripa).
Dispondo de bons automóveis, camionetes e boa logística de estilo militar, eles invadiram um enorme terreno à beira da SC-401, que dá acesso às praias mais procuradas de Florianópolis: Canasvieiras, Jurerê etc. Por lá ficaram durante quatro longos meses, esses violadores da lei, que agora estão sendo investigados por ter casas na região da capital.
A data prevista para a retirada dos vagabundos foi 15 de abril e, no dia anterior, o bravo juiz disse que o acordo feito com os invasores seria "improrrogável e inegociável". No dia 15, eles saíram para um local no continente. Segundo o juiz, serão investigados pela polícia.
Reproduzo abaixo o post de Cacau Menezes, famoso colunista da capital catarinense, sobre o líder desse movimento de desrespeitadores da lei. O texto é do jornalista Renan Antunes, que dormiu por uma noite no acampamento dos invasores.
É de estarrecer o comportamento do líder da invasão, um tal de Rui Fernando, que foi militante – nenhuma surpresa - do PT e da CUT e que criou uma associação em homenagem ao terrorista Carlos Marighella:
Dormi numa barraca da Ocupação Amarildo de ontem para hoje, esperando pra ver como vai ser o despejo daquela gente.

Pra entender o que acontece, conversei longamente com Rui Fernando, líder do assentamento e da desconhecida Brigada Marighella, organização bombando apenas entre os invasores da Vargem Grande.

Surpresa: o homem que lidera a Amarildo é funcionário público aposentado da Casan! Tem 50 anos, foi petista e sindicalista da CUT, hoje milita no PCB.

O nome completo dele é Rui Fernando da Silva Junior. Ele me contou que a invasão “foi nossa primeira ação”, o cartão de visitas da recém-criada Brigada Marighella.

O líder explica que a brigada é de Floripa, nossa, criação coletiva, lutamos por reforma agrária popular, por terra, trabalho e teto, como verdadeiros comunistas.

Ele disse que o nome foi inspirado no guerrilheiro Carlos Marighella, morto em 1969 pela ditadura militar: O nome dele é sinônimo de luta. Rui Fernando tem 1,67 m, 68 quilos e cultiva um cavanhaque bem aparado.

Usa boné com a bandeira de Cuba e a estrela de Che, escondendo cabelos grisalhos. Veste uma jaqueta estilo militar. Fala com sotaque manezinho. Catarinense de Capivari, pai de três filhos e avô de duas crianças.

 Ele veio do sindicalismo da CUT, mas diz que “eu e meu grupo de camaradas rompemos com a estrutura peleguista, estamos na ação direta”. Um dos filhos, a nora, um neto e a mulher também estão na ocupação.

Rui Fernando contou que sua aposentadoria na Casan é de mil reais. Ele cursou Direito na Unisul, mas não terminou a faculdade. Quando não está na invasão, mora nos fundos da casa dos pais, em Imbituba (70 km de Floripa).

Mais da Marighella: “Nosso grupo vai atuar politizando jovens e trabalhadores, nas ocupações urbanas, nas lutas por moradia e pela terra”.

 A súbita notoriedade dele não significa que Rui Fernando sairá candidato nas próximas eleições: “Não acreditamos no sistema político que esta aí”.

Na ocupação, Rui Fernando está instalado na “base” – uma casa que foi a sede da fazenda. Seu quarto tem montanhas de roupas sujas e é dividida com um cachorro de pelo claro. Serve também de banheiro para os ocupantes da Amarildo.

Parece que de hoje para amanhã a PM vai acabar com a festa. Rui Fernando não está nem aí: “Se vierem, nossa luta vai continuar no asfalto”.

Renan Antunes de Oliveira

 P.S: se eu tivesse seguido a carreira jurídica, seria um juiz assim.

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